Título: Emprego formal cresce menos em junho
Autor: Arnaldo Galvão
Fonte: Valor Econômico, 20/07/2005, Brasil, p. A3

O governo registrou, em junho, a criação de 195,5 mil postos de trabalho formal, que representa as contratações menos as demissões feitas no período. Em junho do ano passado o saldo foi maior, de 207,8 mil vagas. Houve, portanto, uma queda de 5,9% na geração de emprego na comparação entre os meses de junho de 2004 e 2005. O resultado acumulado no primeiro semestre, quando foram criados 966,3 mil empregos, revela redução de 6,06% em relação ao saldo do mesmo período de 2004, de 1,034 milhão de vagas. As informações são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e foram divulgadas ontem pelo ministro do Trabalho, Luiz Marinho. Mesmo na comparação com maio deste ano (saldo de 212 mil vagas), junho também mostrou diminuição de 7,96%. A indústria de transformação foi responsável por 16.993 novos empregos formais criados em junho, número que representa queda de 64,25% sobre o resultado de junho do ano passado (47.545). A performance do mês passado nesse setor foi muito influenciada pelo bom desempenho das empresas de alimentos e bebidas, que criaram 13.319 postos de trabalho. A análise dos números do Caged em junho mostra que houve retração do emprego formal em setores industriais mais dependentes das exportações, cuja rentabilidade é afetada pela valorização do real em relação ao dólar. Nos setores de madeira/mobiliário, borracha, fumo, couros e peles, calçados e material de transporte, o número de demitidos superou o contratados e o saldo de empregos caiu. Marinho revelou ontem que o governo estabeleceu a meta mensal de criação de 100 mil postos de trabalho com carteira assinada até o fim do mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Dessa maneira, ele acredita que, nos quatro anos do atual governo, poderão ser criados 10 milhões de empregos, mas não serão todos formais. Nesses dois anos e meio de mandato, o governo já contabilizou a criação de 3,135 milhões de empregos com carteira assinada. Outro objetivo de Marinho é estabelecer um diálogo com os empresários para evitar um movimento generalizado de reajustes de preços.