Título: Negócios com leasing têm expansão de 80,5% no ano
Autor: Altamiro Silva Júnior
Fonte: Valor Econômico, 20/07/2005, Finanças, p. C3

Arrendamento Mercantil Novas operações somam R$ 6,9 bilhões

O crescimento das vendas de carros aqueceu as operações de arrendamento mercantil (leasing) este ano. Apenas nos cinco primeiros meses do ano, os novos negócios no setor de leasing somaram R$ 6,9 bilhões, uma evolução de 80,5% em relação ao mesmo período do ano passado. Os dados são da Associação Brasileira das Empresas de Leasing (Abel). As projeções de Antônio Bornia, presidente da Abel, são de um crescimento acima de 30% para a carteira do setor este ano. "O leasing vai crescer mais que outras linhas de crédito", diz. Para o crédito comercial, alguns analistas esperam um avanço em torno de 20% a 25%. Para o leasing, assim como para outros tipos de crédito, o segundo semestre é, historicamente, melhor que o primeiro. Para este ano, a expectativa é ainda maior, por causa da esperada queda nos juros. "Mesmo que a queda das taxas não seja grande, o efeito psicológico ajuda", diz Bornia. O valor presente da carteira do sistema de leasing (que representa o estoque de operações já realizadas menos as liquidadas) fechou maio em R$ 16,6 bilhões, alta de 62,3% em relação a maio de 2004. O relatório da Abel mostra que o setor de serviços liderou o ranking de tomadores, com 35,15% do volume negociado em maio. Em maio, a participação do setor de veículos na carteira do leasing ficou em 69,1% (dois pontos percentuais acima da participação de janeiro). Dentro dos veículos, os automóveis têm o maior peso (93,4%), seguido pelos caminhões (2,7%) e ônibus (1,2%). No primeiro semestre, o número de autoveículos novos (nacionais e importados) licenciados chegou a 800 mil, 10,7% acima do primeiro semestre de 2004, segundo a Anfavea. Depois dos veículos, as máquinas e equipamentos aparecem em segundo lugar em participação na carteira de arrendamento mercantil, com 14,12% do total. Equipamentos de informática vêm em seguida, com 9,78%. As empresas de leasing foram as que mais emitiram debêntures este ano. Ao todo, foram seis emissões, que levantaram R$ 15,5 bilhões. Há ainda mais três em análise. A Safra Leasing prepara a maior emissão da história, de R$ 5 bilhões. O ABN Amro Arrendamento Mercantil deve lançar R$ 1,5 bilhão e o Santander, R$ 1 bilhão. Segundo Bornia, este dinheiro está sendo utilizado aos poucos pelo setor, na medida das necessidades. O restante é aplicado em renda fixa. Em 2004, as operações de leasing bateram em R$ 12,7 bilhões, 110,8% maior que em 2003.