Título: Mercado de cartões mantém fôlego e cresce 30% no primeiro semestre
Autor: Janes Rocha
Fonte: Valor Econômico, 25/07/2005, Finanças, p. C2

Balanço divulgado pelas duas principais marcas, Visa e MasterCard na sexta-feira mostra que o mercado de cartões de crédito e débito cresceu perto de 30% no primeiro semestre de 2005.

O faturamento (compras efetuadas pelos titulares) dos cartões MasterCard - MasterCard Electronic e Diners Club International e de débito MasterCard Maestro e RedeShop - atingiu R$ 29,7 bilhões no semestre, com crescimento de 32%. Os cartões de crédito representaram R$ 21,1 bilhões, enquanto os de débito movimentaram R$ 8,6 bilhões. Os dados foram divulgados pela Redecard, empresa que faz a captura e transmissão das operações efetuadas com cartões MasterCard na rede de aceitação.

O faturamento dos cartões Visa fechou o semestre em R$ 41,5 bilhões, 29% mais que no primeiro semestre de 2004. Do total, o crédito respondeu por R$ 27 bilhões, 24% mais que no mesmo período do ano anterior, enquanto o débito cresceu R$ 14,4 bilhões, com crescimento de 39%.

Até o dia 23 de junho, a média diária de novas concessões de crédito no cartão pelos bancos alcançou R$ 286,012 milhões, segundo informações compiladas junto ao Banco Central (BC) pelo Departamento de Análises Econômicas do Bradesco. Segundo os analistas do banco, até maio as concessões dessa que é a segunda linha de financiamento mais cara depois do cheque especial já tinham crescido 45% no ano, a segunda maior taxa de expansão depois do crédito pessoal.

O relatório do Bradesco destaca, no entanto, que grande parte desse crescimento se deve à entrada de um grande " player " nas contas do BC. Segundo fontes do mercado, esse " player " é a Credicard que, depois de passar ao controle partilhado do Citibank e do Itaú, em novembro de 2004, passou a ser contabilizada nas contas do BC como linha de crédito dos bancos, o que não acontecia até então.

Vários fatores explicam o crescimento do faturamento dos cartões no semestre, entre eles o esforço de marketing e distribuição cada vez maior tanto das operadoras quanto dos bancos, responsáveis pelo crédito embutido nos plásticos. Porém, melhora nos índices de emprego e maior disposição dos bancos em emprestar ajudaram o mercado.

" A melhoria da economia é fator preponderante " , na opinião de Fernando Castejon, diretor da Visa. " Há atuação maior dos bancos no sentido de mostrar aos clientes que o cartão também serve para compras e não apenas para saques nos terminais ATM " , explica Henrique Capdeville, diretor de Marketing e Produtos da Redecard.