Título: Projeção para inflação de 2005 piora
Autor: Chico Santos
Fonte: Valor Econômico, 26/10/2004, Brasil, p. A3

As expectativas de inflação do mercado sofreram sua primeira deterioração significativa em cinco semanas. A pesquisa semanal do Banco Central com cerca de 100 analistas econômicos aponta uma projeção mediana de 5,89% para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2005. Desde que o BC anunciou o primeira alta de juros, em setembro, as expectativas de inflação vinham se mantendo relativamente estáveis, em percentuais entre 5,8% e 5,81%. A projeção piorou dois dias depois de o BC anunciar uma nova alta dos juros - mais forte que a esperada -, de 16,25% para 16,75% ao ano. Mas não há informações seguras que permitam afirmar que as projeções pioraram porque os analistas não acreditam na capacidade de o BC fazer a inflação convergir para as metas. Historicamente, as projeções de mercado são feitas com defasagem de algumas semanas. Mesmo com a alta mais forte de juros, por exemplo, o mercado ainda manteve em 15,75% ao ano sua expectativa para os juros em novembro - ou seja, ainda trabalhava com a hipótese pouco provável de que os juros permanecerão inalterados na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). Assim, o efeito da alta de juros sobre a expectativa de inflação só deverá ser conhecido mais adiante. Pelo que tudo indica, a alta nas expectativas de inflação deve-se aos preços do petróleo. Há pelo menos três semanas, quando se acirraram as incertezas no mercado de petróleo, a média das expectativas inflacionárias já vinha se mantendo mais alta, em 5,87%. Os analistas de mercado reviram pela segunda semana seguida, de 4,53% para 4,56%, suas expectativas para o crescimento da economia em 2004. Para o próximo ano, as projeções recuaram de 3,6% para 3,5%. O resultado esperado para a balança comercial neste ano subiu de US$ 35,5 bilhões para US$ 32,63 bilhões.

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