Título: "PSDB terá chances", afirma Aécio
Autor: Ivana Moreira
Fonte: Valor Econômico, 26/07/2005, Política, p. A5

Cotados como possíveis candidatos à Presidência da República pelo PSDB, os governadores Aécio Neves, de Minas Gerais, e Geraldo Alckmin, de São Paulo, acreditam que não há motivo para antecipar a disputa eleitoral, definindo um nome desde já. Para os governadores tucanos, não faltará ao partido nomes com condições de vitória em 2006, independentemente de quanto o presidente Lula estiver ou não desgastado até as eleições. "Não desprezo a força pessoal, política do presidente Lula, seria um equívoco se nós fizéssemos isso", afirmou Aécio. "Mas já antevejo uma disputa em que o PSDB terá enormes chances." Alckmin e Aécio trocaram elogios para falar da possibilidade de um ou outro disputar as eleições em 2006. "Estamos na terra de um grande governador, que tem estatura política, tem experiência e tem espírito público para ser um grande presidente do Brasil", comentou o governador paulista. Mas, ressaltou, a escolha só será feita no próximo ano. O governador mineiro retribuiu o afago. "Minas recebe hoje um dos nomes, na minha avaliação pessoal, que tem as melhores condições, não apenas de disputar e vencer as eleições, mais do que isso, de fazer uma grande gestão à frente do governo brasileiro, como vem fazendo à frente do governo de São Paulo." Os dois tucanos condenaram ontem, em Belo Horizonte, os últimos discursos do presidente Lula, sugerindo uma luta de classes em curso no país. Também criticaram a tentativa do Palácio do Planalto de dissociar o governo do PT e da crise política. "É indissociável, a crise só aconteceu porque o PT chegou ao governo", afirmou Alckmin. "Ela (a crise) é resultado dessa mistura indevida entre o governo e partido, entre o público e o privado, não há como separar." Para o governador paulista, o governo precisa reconhecer que não há luta de classes envolvida na crise. "O que tem é mau uso de dinheiro público e que precisa ser apurado", disse. Para Aécio, parece pouco adequado o tom do discurso escolhido por Lula nos últimos dias. "Todo discurso que não tem consistência na realidade, nos fatos, soa frágil." Os governadores reafirmaram que o PSDB manterá postura responsável diante da crise, aguardando a evolução das investigações. Entretanto, disse o governador mineiro, o partido saberá cobrar apuração rigorosa dos fatos e não será conivente com impunidade.