Título: Niasi lança esmalte para tratar as unhas dos homens
Autor: Daniela D'Ambrosio
Fonte: Valor Econômico, 28/07/2005, Empresas &, p. B5

Cosméticos Clientela masculina cresce nos salões de beleza de São Paulo

Não bastam cremes, maquiagem e tinturas para cabelo. O rol dos produtos femininos que invade o vaidoso mundo masculino inclui também os esmaltes. A Niasi, dona da marca Risqué - líder de mercado com cerca de 35% de participação - está lançando o esmalte masculino. Unhas feitas, sim, mas com o máximo de discrição. De olho nesse público, a Niasi criou duas versões do produto: semi-brilho e fosco. "Mesmo o semi-briho é muito mais discreto que a base feminina", diz Soraia Ferretti. "Queríamos um produto que tratasse e fortalecesse as unhas e, ao mesmo tempo, aumentasse o período de sensação de unha feita", completa. A formulação dos esmaltes contem D Pantenol, ingrediente de tratamento. As manicures, segundo Soraia, foram as primeiras a detectar a necessidade de um produto nessa linha. A maioria dos homens que faz as unhas prefere não passar esmalte, mas se preocupa em mantê-las limpas até a próxima ida ao salão. A empresa fez uma embalagem mais sisuda, com tons verdes e um grande H e a palavra homem - que remete às embalagens de aparelho de barbear. A Niasi está otimista com o mercado masculino. A empresa, que também está lançando uma tintura masculina para cabelos, vai criar, a partir de 2006, uma divisão masculina com gerência própria. A Niasi vende 7 milhões de unidades de esmaltes por mês e, até o final do ano, espera que a linha masculina represente 5% desse volume. O produto terá campanha publicitária em revistas femininas e masculinas. "São as mulheres que apresentam esse tipo de produto aos maridos", diz Soraia. A empresa não revela o faturamento, mas a verba de marketing para este ano é de R$ 17 milhões para a divulgação da linha completa. O mercado mundial de produtos e serviços cosméticos já movimenta US$ 12 bilhões por ano. Esse mercado cresceu 142,5% entre 1998 e 2003, segundo dados da 2B Research Consulting. O brasileiro ocupa o sétimo lugar entre os mais vaidosos - lista encabeçada pelos venezuelanos - sendo que 30% deles se preocupam com a beleza. Americanos, argentinos, italianos e franceses estão abaixo do Brasil no ranking. Nem todos os homens, porém, assumem que fazem as unhas ou gostam de ser flagrados com as mãos estendidas diante de uma manicure. "Muitos deles ainda têm vergonha", diz Soraia. Por isso, os salões criam espaços específicos ou mais reservados para que seus clientes fiquem à vontade. O Studio W, do cabeleireiro Wanderley Nunes, inaugura hoje um novo espaço no Shopping Iguatemi São Paulo. Em uma área de 1650 m², o espaço terá uma área exclusiva para o público masculino, que já representa 30% da receita. Em 2004, a procura por serviços masculinos cresceu 50%. No salão do cabeleireiro Mauro Freire, 35% da clientela já é masculina. Ele inaugura um novo salão no dia 16 de agosto. Não haverá espaço específico para homens, mas uma área de silêncio, mais reservada, que pode ser usada por ambos os sexos (leia na página B7). Outro salão que percebeu um aumento da procura foi o CKamura, do cabeleireiro Celso Kamura, onde o público masculino responde por 15% do total. "Além da estética, os homens que procuram manicure e pedicure estão preocupados com a higiene", afirma Beth Pacheco, sócia do CKamura, que percebe um aumento do número de homens que fazem a unha semanalmente. "Eles procuram o serviço completo e gostam de fazer hidratação de mãos e pés", afirma Beth.