Título: Volume de empréstimos tem expansão de 1,4% em junho
Autor: Alex Ribeiro
Fonte: Valor Econômico, 28/07/2005, Finanças, p. C1

O volume de crédito bancário seguiu tendência de expansão em junho, com alta de 1,4% em relação ao mês anterior, puxado pelas operações a pessoas físicas, especialmente os empréstimos consignados. O total de crédito na economia chegou a R$ 525,567 bilhões em junho, representando 27,6% do Produto Interno Bruto (PIB), o percentual mais alto desde maio de 2001. A política monetária mais restritiva provocou desaceleração no crescimento do crédito no primeiro semestre, mas não impediu que, de forma geral, a tendência de expansão tivesse continuidade. O efeito do juro básico mais alto foi sentido principalmente no crédito às empresas. No caso das linhas não vinculadas à cotação do dólar, o crescimento no primeiro semestre foi de 9,2%, e de 1,9% em junho - o que fez o volume total chegar a R$ 122,150 bilhões. O crédito a pessoas físicas, entretanto, mostrou-se menos sensível ao aperto monetário. O volume total cresceu 20,9% no primeiro semestre, e 2,1% em junho, atingindo R$ 136,986 bilhões. O crescimento no semestre soma R$ 23,714 bilhões. Esse avanço se deve à disseminação do crédito consignado - que tem juros menores e dinâmica independente da política monetária. O BC não coleta dados completos sobre o crédito consignado, mas um levantamento por amostra, com os 13 maiores bancos no segmento de crédito pessoal (que respondem por 80,1% do total) registra um crescimento de 48,4% nas operações com desconto em folha de pagamento no primeiro semestre. O volume de crédito consignado dessa amostra subiu de R$ 12,611 bilhões para 18,720 bilhões no período. Os empréstimos a trabalhadores do setor público e aos aposentados e pensionistas do INSS foram os que tiveram o maior destaque - subiram 51,5% no ano, para R$ 16,269 bilhões. Não há dados desagregados para o volume de crédito descontado na folha do INSS, mas informações da Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência Social (Dataprev) mostram que, do início do programa até 12 de julho passado, as concessões acumuladas somavam R$ 7,762 bilhões. Os empréstimos a trabalhadores privados cresceram 31,1% no ano, segundo os dados da amostra de 13 bancos, de R$ 1,869 bilhão para R$ 2,451 bilhões. (AR)