Título: Varejo sente volta do consumidor
Autor: Raquel Landim e Raquel Salgado
Fonte: Valor Econômico, 27/10/2004, Brasil, p. A-6

O varejo já percebe a volta do consumidor às lojas de material de construção. O último dado do IBGE, de agosto, revela um crescimento de 9,78% nas vendas em relação ao mesmo mês do ano passado. No entanto, a variação acumulada no ano ainda é pequena, 2,84%, uma vez que o início de 2004 foi bastante fraco. A partir de junho, a recuperação foi mais acentuada com elevação de 9,66%, e de 7,17% em julho, na comparação com 2003. Na avaliação de Dimitrius Markakis, presidente da Dicico, as vendas ainda estão longe de serem "fantásticas", mas melhoraram. As vendas da empresa, que trabalha no varejo da construção civil, aumentaram 30% em agosto em relação ao mesmo período do ano anterior. A Dicico abriu três novas lojas a partir do segundo semestre e pretende inaugurar mais uma até o final do ano. "Com o crescimento do emprego, estamos apostando que no próximo ano haverá renda para que a população invista em uma reforma", diz Markakis. A pesquisa da Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio), aponta uma alta de 3,62% no faturamento do varejo em agosto em relação ao mesmo mês do ano passado. Na comparação com julho, a elevação foi de 2,29%. No entanto, no acumulado do ano, a Fecomercio ainda registra queda de 3,37% sobre 2003 no faturamento das lojas de material de construção. Jorge Gonçalves Filho, diretor-geral das lojas C&C, também está otimista com as perspectivas para o final do ano. Segundo ele, após a melhora do emprego e do rendimento dos trabalhadores ter chegado no consumo de bens duráveis, espera-se agora que eles dêem maior atenção à reforma de suas residências. Neste ano, a empresa abriu uma loja em Niterói, no Rio, que significou a contratação de cerca de 100 funcionários. Em São Paulo, a C&C incorporou três lojas de outra rede e agregou mais 400 funcionários a seu quadro. "Com dinheiro a mais, o consumidor passa a ter uma motivação para investir em sua própria casa", afirma. O diretor conta que o segundo semestre já mostra recuperação das vendas . (RL e RS)