Título: Exportações e saldo comercial registram novos recordes em julho
Autor: Cláudia Schüffner
Fonte: Valor Econômico, 02/08/2005, Especial, p. A12

Os números do comércio exterior em julho foram positivamente influenciados pelo aumento de quantidades embarcadas e crescimento de preços das exportações em relação a igual mês do ano passado. Foram novamente batidos recordes históricos para as exportações (US$ 11,06 bilhões) e para o saldo (US$ 5,01 bilhões). As importações também registraram US$ 6,05 bilhões no mês passado, o maior valor em compras para meses de julho. A taxa de crescimento das exportações no mês passado foi de 28,9% e a variação das importações foi de 14,7%. A comparação é com julho de 2004. O aumento das compras em ritmo que significa a metade do crescimento das vendas não é uma tendência. A análise é do novo secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Ivan Ramalho. Ele deixou a Secretaria de Comércio Exterior (Secex) para substituir Márcio Fortes de Almeida, nomeado ministro das Cidades. No lugar de Ramalho, assumiu Armando Meziat, que era diretor do Departamento de Defesa Comercial (Decom). Considerando os resultados de julho, o acumulado da balança comercial em 2005 já chega a US$ 64,73 bilhões nas exportações, US$ 40,06 bilhões nas importações e US$ 24,67 bilhões de saldo. As variações sobre o mesmo período de 2004 são de 24,6% nas vendas e 19,2% nas compras. O critério usado é o das médias diárias. Nos últimos 12 meses, as exportações atingem US$ 108,91 bilhões, e as importações, US$ 69,03 bilhões, o que leva a um superávit de US$ 39,87 bilhões. O ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, vem afirmando que a previsão para este ano é chegar aos US$ 112 bilhões em exportações. Para o ano que vem, a meta é US$ 120 bilhões. Portanto, o resultado dos últimos 12 meses indica que a previsão de 2005 será cumprida. No ano passado, a balança comercial teve superávit de US$ 33,68 bilhões - exportações de US$ 96,47 bilhões e importações de US$ 62,79 bilhões. "Está bastante evidente que o superávit da balança comercial este ano vai ser muito grande", disse Ramalho, que considera ser prematuro afirmar que o patamar do acumulado dos últimos 12 meses, quase US$ 40 bilhões, possa ser mantido. Para que isso ocorresse, as importações teriam de crescer em taxas bem abaixo das registradas nas exportações. Ramalho afirmou que a Secex avalia permanentemente os principais setores exportadores, e a grande maioria deles tem informado que o desempenho das exportações este ano está acima das previsões iniciais. A análise da Secex informou que, em julho, o destaque das exportações foi o petróleo em bruto, cujas vendas registraram US$ 850 milhões. Esse valor foi "inchado" com US$ 300 milhões de embarques realizados em junho, mas contabilizados no mês seguinte. Em julho de 2004, as vendas de petróleo em bruto foram de US$ 232 milhões. O movimento de julho confirmou para o produto variação de 283, 8% no valor das vendas externas. Em julho, tiveram aumentos nos preços externos, comparando-se com julho de 2004, minério de ferro (55,2%), óleos combustíveis (52,9%), café em grão (51,8%), carne suína (29,5%), petróleo (26,9%), açúcar em bruto (25,7%), açúcar refinado (24%), gasolina (21,2%), laminados planos (13,4%), fumo em folha (11,8%), carne de frango (9,8%) e semimanufaturados de ferro/aço (6,3%). No lado das importações, julho registrou aumento nas três categorias de produtos, comparando-se com julho de 2004. As compras de bens de capital cresceram 30%, matérias-primas e intermediários subiram 15,7% e as importações de bens de consumo foram 11,5% maiores. No período janeiro-julho, o destaque da Secex foi para a participação dos manufaturados nas exportações, que cresceu de 53% (2004) para 55%. No lado das importações, os primeiros sete meses deste ano registraram crescimentos das compras de bens de capital (27,6%), bens de consumo (19%), matérias-primas e intermediários (17,9%) e combustíveis/ lubrificantes (13,7%).