Título: Contexto
Autor: Cláudia Schüffner
Fonte: Valor Econômico, 02/08/2005, Especial, p. A12

O superávit registrado pela Petrobras em sua contabilidade no comércio exterior de petróleo e derivados e ainda não aparece nos dados da balança comercial brasileira contabilizados pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex). De acordo com a Secex, as importações da Petrobras somam US$ 3,54 bilhões no primeiro semestre maio, enquanto as exportações foram de US$ 2,1 bilhões, indicando déficit de US$ 1,4 bilhão. A discrepância de dados tem duas explicações: os itens incluídos em cada conta e o momento em que cada um (Secex e empresa) contabiliza o movimento de comércio exterior. Na prática, os dados da Petrobras antecipam entre 30 e 60 dias o movimento do Siscomex. Além disso, a Secex soma as importações e exportações de petróleo, derivados, gás e também compras de bens de capital feitas pela Petrobras, enquanto os dados fornecidos pela empresa se referem apenas às transações de petróleo e derivados da área de abastecimento. Elas não incluem as importações de gás natural da Bolívia (US$ 430 milhões em 2005) nem equipamentos comprados. O registro das operações de comércio exterior também ocorre em momentos diferentes. Os registros da Secex refletem o momento em que a empresa conclui o processo de registro da importação ou exportação, segundo procedimentos previstos pela Receita Federal. Já a apuração da área de Abastecimento da Petrobras expressa o controle físico que a estatal faz quando um navio é descarregado (importação) ou carregado, no caso de uma exportação.