Título: Depois de deflação, IPC da Fipe registra alta de 0,30% em julho
Autor:
Fonte: Valor Econômico, 04/08/2005, Brasil, p. A2
A inflação de 0,30% em julho, registrada em São Paulo pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), da USP, após uma deflação de 0,20% no mês anterior, causou surpresa até ao coordenador de pesquisa, Paulo Picchetti, que projetava uma taxa positiva mais próxima de zero. Dois fatores foram fundamentais para o avanço da inflação. O primeiro foi o aumento de 11,66% nos pacotes de viagens e, o segundo, a alta de 2,82% nos planos de saúde. Esses dois itens foram responsáveis por 60% da inflação registrada pelo IPC no mês passado. O aumento nas excursões é sazonal e ocorreu devido às férias escolares. Já os planos de assistência médica deverão continuar pressionando o índice pelo menos até o fim do ano, pois os reajustes são feitos de acordo com as datas dos contratos. A surpresa veio dos alimentos, que embora continuem em queda, reduziram drasticamente o ritmo de baixa, passando de uma taxa negativa de 1,39% em junho para 0,74% em julho. Apesar de o IPC do mês passado ter superado a projeção da Fipe, Picchetti avalia que o índice continua dentro de "um patamar condizente" com a tendência para o ano, que deverá acumular variação de 5% a 5,5%. No ano, até julho, o IPC-Fipe acumula inflação de 3,02%. Picchetti comentou que o município de São Paulo pode fechar o mês de agosto com deflação de 0,60% se for mantida a suspensão da cobrança de assinatura básica do telefone fixo. Com o fim da cobrança da assinatura básica, o item telefone fixo - que tem peso de 2,33% na composição do IPC - contribuiria com 1 ponto percentual negativo no índice de preços da cidade. De acordo com Picchetti, as famílias que fazem parte da pesquisa da Fipe em São Paulo gastam, em média, R$ 100 com telefone fixo e cerca de 40% desse valor, ou seja, R$ 40, é referente à assinatura básica. Entretanto, analistas do setor de telecomunicações avaliam que a liminar que suspende a assinatura deverá cair, como já ocorreu anteriormente. Se isso se confirmar, o IPC de agosto deverá ser de cerca de 0,40%.