Título: Cepal revê para baixo previsão de crescimento do Brasil
Autor:
Fonte: Valor Econômico, 04/08/2005, Brasil, p. A2

A alta taxa básica de juros do país levou a Comissão Econômica para América Latina e o Caribe (Cepal) a rever para baixo a previsão de crescimento da economia brasileira este ano, calculada agora em 3%, segundo um relatório divulgado na capital chilena, sede da entidade. Em abril do ano passado, a Cepal projetara uma expansão de 4% para o Brasil. A Cepal também previu que a América Latina e o Caribe manterão em 2005 o crescimento iniciado no ano passado, quando registraram a maior expansão em 25 anos. A média de crescimento econômico prevista para a região este ano é de 4,3%, indicou a Cepal. "Corrigiu-se a estimativa de crescimento em 2005, que agora é de 3%", afirma o relatório em relação ao Brasil. "As altas taxas de juros repercutiram no desenvolvimento da atividade econômica, que desacelerou sua taxa de expansão." O relatório destaca os bons resultados do Brasil em suas contas externas e no aumento da taxa de emprego. Mas adverte que a "evolução dos indicadores correspondentes ao investimento é fonte de preocupação", citando como exemplo as recentes pesquisas que medem a confiança empresarial. De acordo com esses levantamentos, as empresas estão mais cautelosas na hora de decidir investir. O relatório da Cepal aponta ainda que o Brasil registrou em 2004 "a maior expansão dos últimos dez anos, com um crescimento do seu PIB de 4,9%". O próprio Banco Central brasileiro já reduziu sua previsão de crescimento para 2005, de 4% para 3,4%. Com respeito à região como um todo, a Cepal estima que o ciclo virtuoso iniciado em 2004 continuará em 2006, quando prevê que os países latino-americanos crescerão 4%, completando quatro anos seguidos de expansão sustentável. Com isso, a Cepal calcula que o PIB da região subiria ao redor de 10%, entre 2003 e 2006. "É um contexto de dinamismo, que abrange quase todos os países da região. A América Latina e o Caribe cresceram quase 6% em 2004 e se espera que avance 4,3% em 2005 e cerca de 4%, em 2006", assinala o documento.