Título: Gerdau acumula lucro semestral de R$ 1,7 bilhão
Autor: Patrícia Nakamura
Fonte: Valor Econômico, 04/08/2005, Empresas &, p. B8

Siderurgia Grupo confirma plano de investimentos de US$ 3,2 bilhões

O crescimento das exportações, os altos preços dos aços especiais e a consolidação de ativos adquiridos em 2004 impulsionaram os lucros do grupo Gerdau no primeiro semestre. O lucro líquido subiu 30%, atingindo R$ 1,7 bilhão. No segundo trimestre, porém, essas atividades responderam por 74,2% das vendas. Por conta da desaceleração da economia brasileira e estoques em alta, a Gerdau intensificou as exportações. "Acreditamos na recuperação do mercado no quarto trimestre", disse Schirmer, descartando a hipótese de ajustes na produção. No mercado interno, as vendas caíram de 1,04 milhão de toneladas para 877 mil entre abril e junho. O volume total de vendas, entretanto, subiu 8,4%, para 3,4 milhões de toneladas. O lucro líquido foi de R$ 892,6 milhões, 2,7% superior ao ano passado. O faturamento subiu 2,6%, para R$ 5,44 bilhões. O faturamento semestral cresceu 18,6% , para R$ 13,4 bilhões. O Brasil representou 52% das receitas; a América do Norte respondeu por 43,8%. O restante foi proveniente da Argentina, Chile e Uruguai. A dívida bruta em 31 de junho era de R$ 5,7 bilhões, 40% menor ante o ano passado. O prazo médio da dívida é de 4 anos. A valorização do real foi compensada pelos bons preços no mercado internacional: a cotação média dos itens produzidos pela Gerdau subiu de US$ 360 para US$ 400 por tonelada no começo do ano e mantêm-se estáveis. As atividades da Gerdau no exterior mais as exportações foram responsáveis por 62% das vendas físicas do semestre, afirmou Osvaldo Schirmer, vice-presidente executivo. A produção de aço no primeiro semestre subiu 5,4%, alcançando 7 milhões de toneladas. O Brasil respondeu por 3,5 milhões - empatando com o ano passado. As operações da Gerdau Ameristeel somaram 3,2 milhões de toneladas (crescimento de 12%); na América do Sul foram produzidas 228,4 mil toneladas (alta de 18%). As vendas totais até junho somaram 6,7 milhões de toneladas, uma alta de 7,5% em comparação ao ano passado. Internamente foram comercializadas 1,7 milhão (queda de 12% em comparação ao ano passado). Já as exportações a partir do Brasil subiram 12%, atingindo 1,5 milhão de toneladas e faturamento de US$ 628 milhões. A empresa confirmou o plano de investimentos de US$ 3,2 milhões até 2007. No país, serão aplicados US$ 2,4 bilhões, US$ 900 milhões estão em fase de análise. A capacidade de produção local saltará de 7,5 milhões de toneladas para 11,7 milhões toneladas de aço. Já a de laminados crescerá de 4,7 milhões para 6 milhões. Entre os planos em andamento estão a expansão da Açominas e a construção da usina de aços longos em Araçariguama (SP). No exterior, a produção crescerá em 1 milhão de toneladas, para 5 milhões; já a de laminados subirá em 600 mil toneladas, para 2,6 milhões. Em agosto a empresa adotou nova estrutura operacional na América do Sul. A Gerdau Açominas, que reúne as atividades da região, foi cindida em quatro empresas, por tipo de operação. A Açominas será mantida. Foram criadas a Gerdau Aços Longos, a Gerdau Aços Especiais, a Gerdau Comercial de Aços e a Gerdau América do Sul Participações (Argentina, Chile, Uruguai e Colômbia). Segundo Schirmer, a reorganização visa facilitar o entendimento de cada segmento de negócio e trazer economias.