Título: Resultado da Taií cacifa aposta no crédito pessoal
Autor: Altamiro Silva Júnior
Fonte: Valor Econômico, 04/08/2005, Finanças, p. C2

O crescimento do crédito pessoal é uma das principais apostas do Itaú para o segundo semestre. "Estamos focados no créditos ao consumidor", disse ontem Alfredo Egydio Setubal, diretor de relações com investidores e vice-presidente sênior de mercado de capitais do Itaú, em teleconferência com analistas. O principal canal para este tipo de crédito é a Taií, a financeira do Itaú para as classes de menor poder aquisitivo. Segundo Setubal, a intenção é de abrir 115 lojas em 2005. Ao todo, o Banco Itaú planeja expansão de 694 pontos de atendimento este ano, entre eles, está a abertura de 116 agências do banco e outras 12 do Personnalité (para renda mais alta). "Apesar dos altos investimentos que fizemos na Taií, os resultados vieram muito bons", disse Setubal. A Itaucred (que inclui os dados da Taií e do financiamento de veículos e cartões de crédito para não clientes do banco) teve lucro no segundo trimestre de R$ 230 milhões, quase o dobro do ganho do primeiro trimestre (R$ 121 milhões). A rentabilidade patrimonial anualizada no segundo trimestre ficou em nada menos que 90,9%. Na apresentação, Setubal ressaltou o forte crescimento dos empréstimos pessoais: 33,9% no semestre (comparação entre 30 de junho e dezembro do ano passado) encerrando o período em R$ 9,3 bilhões. Outro destaque foi o financiamento de aquisição de veículos para pessoas físicas, que subiu 32,4% no mesmo período, fechando o mês de junho em R$ 8,2 bilhões. No geral, a carteira de pessoa física (que inclui o crédito pessoal, cartão de crédito e automóveis) terminou o semestre em R$ 22,8 bilhões, alta de 25% em relação a dezembro. Já a de pessoa jurídica subiu apenas 3,6%, para R$ 31,6 bilhões. Aqui, o destaque foram as pequenas e médias empresas, com alta de 12,2%. Além disso, o banco planeja oferecer todos os seus produtos aos 3,5 milhões de clientes que vai herdar com a cisão da Credicard, que será dividida em partes iguais entre o Itaú e o Citibank, os dois donos da empresa. "São clientes que até agora só se relacionam com o Itaú pela Credicard e esperamos aumentar significativamente a venda cruzada de produtos para eles", disse Setubal, logo após apresentar o balanço do banco para analistas do mercado financeiro em teleconferência. Curiosamente, os analistas não fizeram nenhuma pergunta para os executivos do Itaú e do Itaú BBA presentes. O executivo comentou ainda o desdobramento das ações do banco: "O objetivo é atrair mais pessoas físicas para o papel, que tem preço unitário muito alto". Ontem, a ação fechou em R$ 464,79. (ASJ)