Título: País quer assento e poder de veto em Conselho da ONU
Autor: Raquel Landim
Fonte: Valor Econômico, 09/08/2005, Brasil, p. A3

O ministro do Comércio da Nigéria, Idris Waziri, afirmou ontem que o país não abre mão do poder de veto na eventualidade de conseguir um assento permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas. "Um assento permanente significa um poder que a Nigéria deveria usufruir", disse Waziri. O comentário foi feito após uma audiência entre Waziri e o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, na sede do Ministério do Comércio da Nigéria, em Abuja, capital do país. Furlan está liderando uma missão empresarial em uma visita de dois dias ao país. Durante o encontro entre os dois ministros, marcado para discutir possibilidades de incremento do comércio bilateral, Waziri fez questão de enfatizar que a Nigéria "está muito interessada" em um assento no Conselho de Segurança. "É do interesse da África e do mundo que um dos países líderes do continente esteja representado no Conselho", disse. No entanto, ao insistir na obrigatoriedade do poder de veto, os países africanos dificultam ainda mais a reforma do Conselho. Há algumas semanas, foi realizada em Londres uma reunião entre os países do G-4 (Brasil, Alemanha, Japão e Índia) e as nações africanas, para tratar do assunto, mas não foi possível obter consenso. Em sua proposta, o G-4 abriu mão do poder de veto para deixar a idéia mais palatável para os atuais cinco membros do Conselho de Segurança: Estados Unidos, França, Inglaterra, Rússia e China. A reforma do Conselho enfrenta oposição dos Estados Unidos e da China, que, apesar de aliada do Brasil em fóruns internacionais, é contra a entrada do Japão. A reforma é uma das principais metas da diplomacia do governo. (RL)