Título: Na briga pelo segundo lugar no país, TIM e Claro têm perda operacional
Autor: Talita Moreira
Fonte: Valor Econômico, 10/08/2005, Empresas &, p. B3

As operadoras que disputam a vice-liderança no mercado brasileiro - TIM e Claro - obtiveram crescimento explosivo da base de clientes, mas mantiveram resultados operacionais negativos na primeira metade deste ano. A Claro, controlada pela mexicana América Móvil, teve prejuízo da atividade de R$ 804 milhões entre janeiro e junho. Houve piora significativa frente ao mesmo período do ano passado, quando a perda foi de R$ 472 milhões. A TIM Brasil, que consolida as operações do grupo italiano no país, registrou prejuízo operacional (antes do resultado financeiro) de R$ 372 milhões no primeiro semestre. O número é 21,8% menor do que o contabilizado na metade inicial de 2004. As informações constam das demonstrações financeiras divulgadas pelas empresas que controlam as operadoras brasileiras. As companhias não são listadas em bolsa no país e as matrizes não divulgam o resultado líquido das atividades locais, mas sabe-se que elas têm prejuízo. A Claro não apresenta seu balanço no país. A empresa é controlada pelo mexicano Carlos Slim, que também é acionista majoritário da Embratel por meio da Telmex. A TIM Brasil, sociedade anônima de capital fechado, não abre seus números trimestrais, mas divulga balanço uma vez por ano. Em 2004, a operadora teve prejuízo líquido de R$ 997,3 milhões e revelava a existência de perdas acumuladas de R$ 4,1 bilhões. A única parte da TIM brasileira que é listada na Bovespa é a TIM Participações, onde estão reunidas as operações do grupo no Sul e no Nordeste do país. Essa divisão, há mais tempo em atividade, é lucrativa: o resultado na primeira metade de 2005 foi positivo em R$ 234,8 milhões. Em março, a TIM roubou da Claro uma confortável segunda posição no mercado brasileiro em base de clientes. A líder é a Vivo. Desde então, a operadora italiana abriu distância e fechou o semestre com 16,8 milhões de assinantes. O número representa alta de 61% num período de 12 meses. Em junho, a Claro (que não atua em todos os Estados) tinha de 16,2 milhões de clientes. A briga pela vice-liderança alimentou a agressividade comercial das operadoras, o que contribuiu para manter os resultados no vermelho. "A estratégia da TIM tem sido muito forte e, ao mesmo tempo, a Claro está com vontade de voltar ao segundo lugar", observou Eduardo Roche, analista da Ágora. (TM)