Título: Lucro da Usiminas sobe 55% no 2º trimestre
Autor: Patrícia Nakamura
Fonte: Valor Econômico, 12/08/2005, Empresas &, p. B1

O Sistema Usiminas, que reúne as siderúrgicas Usiminas, em Minas Gerais, e Cosipa, em São Paulo, fechou o segundo trimestre com um lucro líquido de R$ 810 milhões, resultado 55% maior que o registrado no mesmo período do ano passado. No acumulado do semestre, os números foram ainda melhores. O lucro líquido chegou a R$ 1,8 bilhão, 104% maior que o do primeiro semestre de 2004. Apesar da redução da demanda por aço, especialmente no mercado interno, os resultados foram obtidos graças ao aumento do preço. "Entramos em 2005 com preços melhores do que em 2004", comentou o presidente do Sistema Usiminas, Rinaldo Campos Soares. Segundo ele, os números positivos também foram consequência da gestão voltada para redução do endividamento e da otimização do mix de produtos. Entre janeiro e junho deste ano, a dívida líquida do sistema caiu 60%, da casa dos R$ 6 bilhões para R$ 2,4 bilhões. A relação dívida líquida/lajida registrada no final do mês de junho foi de 0,4. No semestre, a geração operacional de caixa (lajida) cresceu 52%, atingindo R$ 3,35 bilhões. No segundo trimestre, o lajida apurado foi de R$ 1,6 bilhão. A receita líquida cresceu 35%, no primeiro semestre deste ano em relação ao mesmo período de 2004, atingindo R$ 6,9 bilhões. No segundo trimestre, o faturamento líquido apurado foi de R$ 3,4 bilhões. O presidente do sistema siderúrgico ressaltou que a sólida situação financeira permite à empresa avaliar oportunidades de negócio, para crescimento interno ou externo. Mas, de acordo com ele, não há nenhum novo investimento já decidido, além dos quatro projetos anunciados anteriormente (uma termelétrica e uma nova coqueria na Usiminas, uma turbina e a reforma do lingotamento contínuo na Cosipa). "A estratégia é ter um balanço cada vez mais saudável, melhorando a rentabilidade para os acionistas", afirmou Soares. Entre os planos que a Usiminas poderá definir em breve está a construção de um quarto alto-forno na usina de Ipatinga. Para o segundo semestre, a expectativa do executivo é atingir bons resultados, embora não tão positivos quando os dos primeiros seis meses do ano. "Vamos ter um semestre menos bom, mas no balanço final será um ano bom." Entre os fatores que levam à previsão de resultados mais modestos para o período de julho a dezembro está o fato dos estoques das redes de distribuição estarem baixando lentamente. Embora setores como a indústria automobilística estejam com vendas aquecidas, os setores agrícola e da construção civil estão em desaceleração. Na indústria naval, os negócios também não estão sendo realizados no volume que se esperava no início de 2005. "Vamos fechar o ano com redução de 5% na demanda em relação a 2004", afirmou o executivo.