Título: Vendas das editoras crescem 4,8% em 2004
Autor: Tainã Bispo
Fonte: Valor Econômico, 16/08/2005, Empresas &, p. B4

Livros Governo ajudou o setor a faturar R$ 2,4 bilhões no ano passado

O mercado editorial de livros didáticos, obras gerais, religiosos e científicos, técnicos e profissionais cresceu pouco mais de 2% no ano passado, em relação a 2003, com faturamento de R$ 1,947 bilhão. Se forem consideradas as vendas feitas ao governo, o faturamento chega a R$ 2,477 bilhões, com aumento de 4,8%. Sergio Windholz, coordenador de pesquisa do Sindicato Nacional de Editores de Livros e diretor administrativo da Companhia das Letras, esse resultado não considera a inflação registrada no período. Explica que, como já era esperado pelo setor, o crescimento foi nulo. "Dependendo do deflator utilizado, pode ser até negativo". O faturamento do mercado editorial foi de R$ 1,947 bilhão em 2004, com 153,576 milhões de exemplares vendidos. No ano de 2003 foi de R$ 1,908 bilhão. Se forem consideradas as compras feitas pelo governo - o maior cliente das editoras -, no valor de R$ 529,1 milhões, o faturamento total das editoras em 2004 chegou a R$ 2,477 bilhões. O número de exemplares vendidos ao governo (135,098 milhões) levou o total registrado em 2004 a 288,675 milhões. O aumento nesse caso foi de 12,84% em relação a 2003. Os números constam da pesquisa "Produção e vendas do setor editorial brasileiro de 2004", elaborada pela Câmara Brasileira de Livros e pelo Sindicato Nacional dos Editores de Livros, desenvolvida pela Fundação Instituto de Pesquisa Econômica (FIPE). O governo comprou 21,90% a mais em 2004, em número de livros, do que em 2003. Windholz diz que houve uma compra maior de livros de literatura para o Programa Literatura na Minha Casa. Este programa foi desenvolvido em 2001 e 2002. A distribuição de livros do ano de 2003 foi feita em 2004. Não há certeza de que esse Programa continue neste ano. Já o setor de livros didáticos teve um aumento de 15,41% no número de exemplares vendidos, para 56,5 milhões em 2004. Porém, o setor encolheu 0,9% no faturamento. Segundo a CBL, o governo comprou 7,5 milhões de exemplares a mais que 2003, mas, comprou livros com preços mais baixos, diminuindo a receita da categoria. O setor de livros científicos, técnicos e profissionais encolheu tanto no faturamento quanto no número de exemplares vendidos devido, principalmente, por cópias ilegais. O faturamento do setor de obras gerais, impulsionadas por best sellers, como "Código da Vinci", de Dan Brown, editado no Brasil pela Sextante e Perdas e Ganhos, de Lya Luft, editado pela Record, cresceu 9,71%. A categoria que mais cresceu do setor foi de livros religiosos: um salto de 24% no faturamento, de R$ 192 milhões para R$ 238 milhões em 2004. Apesar de aquisições recentes terem agitado o setor, Windholz acredita que 2005 está "caminhando da mesma forma, sem crescimento relevante".