Título: Unipar vai disputar central petroquímica na Petrobras
Autor: Ivo Ribeiro
Fonte: Valor Econômico, 28/10/2004, Empresa, p. B2

O grupo Unipar, principal acionista da Petroquímica União (PQU), vai levar à Petrobras, em novembro, proposta de um megaprojeto de expansão da PQU, em São Paulo. Com isso, a empresa paulista entra na disputa, que já envolve Braskem e grupo Ultra, para ampliação da oferta de resinas plásticas a partir de 2009. A modelagem está em fase final, informa Roberto Dias Garcia, presidente da Unipar, que detém quase 40% da PQU. "O pólo do ABC tem as melhores condições de competitividade e vamos propor à Petrobras estudá-lo em conjunto", diz. A estatal é considerada peça-chave nos empreendimentos do setor, porque é a única fornecedora de matéria-prima no país. O projeto coloca mais uma alternativa à Petrobras, embora Braskem e grupo Ultra estejam mais adiantados nas conversações com a estatal para fazer novas centrais petroquímicas. A Braskem já apresentou um projeto a ser instalado em Corumbá (MS), na fronteira com a Bolívia. Prevê investir US$ 1 bilhão para produzir 600 mil toneladas/ano de resina plástica (polietileno) a partir de gás boliviano. A Petrobras tem presença garantida. O projeto do Ultra tem como matriz o petróleo pesado da Bacia de Campos. Propõe a instalação de uma refinaria para esse tipo de óleo, acoplada a um pólo petroquímico para mais de 1 milhão de toneladas/ano, avaliado em mais de US$ 2,5 bilhões. Preliminarmente, o local mais atrativo seria Itaguaí (RJ). O grupo Suzano também já anunciou que está disposto a participar dos novos projetos petroquímicos do país. "O pólo da Unipar, com a recente expansão de 200 mil toneladas, tem condições de dar um novo salto", diz Garcia. Além de estar próximo das fontes de matérias-primas, situa-se junto ao maior mercado consumidor do país. "Não partimos do zero, como os outros projetos". Em desenho preliminar, a nova unidade da PQU poderia produzir 300 mil toneladas de etileno e outro tanto na fabricação de resinas plásticas. Com isso, o pólo do ABC paulista atingiria porte de 1 milhão de toneladas/ano, equiparando-se aos pólos da Bahia, em Camaçari (a antiga Copene), e do Sul (Copesul). O investimento nas duas cadeias produtivas é avaliado em US$ 500 milhões, em grande parte financiado pelo BNDES.