Título: Leasing cresce 70% no primeiro semestre
Autor: Altamiro Silva Júnior
Fonte: Valor Econômico, 17/08/2005, Finanças, p. C2

As operações de arrendamento mercantil (leasing) não param de crescer. No primeiro semestre, o volume de operações somou R$ 8,5 bilhões, um crescimento de 70,17% em relação ao mesmo período do ano passado, segundo dados da Associação Brasileira das Empresas de Leasing (Abel) divulgados ontem. Segundo Antonio Bornia, presidente da Abel, os números impressionam, porque o ano passado já foi um ano de forte crescimento para o setor. "A base de comparação fica mais alta", disse. Em 2004, as operações de leasing bateram em R$ 12,7 bilhões, 110,8% acima dos negócios de 2003. Para este ano, a previsão da Abel é de um crescimento de 35% dos negócios, acima do crédito bancário, que deve aumentar entre 20% e 25%. O crescimento do leasing no semestre foi basicamente impulsionado pelo setor de veículos. No ano passado, segundo Bornia, com a economia aquecida e o agronegócio em alta, as vendas de caminhões e outros veículos pesados impulsionaram as operações. Este ano, o interesse maior é por automóveis. Os veículos responderam por 65,6% do volume de negócios; máquinas e equipamentos aparecem em segundo lugar, com 28,4%. Já o financiamento de equipamentos de informática respondeu por apenas 2,5% das operações de leasing. O saldo do valor presente da carteira de arrendamento mercantil fechou junho em R$ 17,2 bilhões, um aumento de 60,3% em relação ao mesmo período do ano passado. No mês de junho, foram assinados 34.167 contratos, contra 25.724 no mesmo período de 2004 (alta de 32%). O setor de serviços é o que mais faz leasing para comprar algum bem. Ele foi responsável por 34,4% do volume negociado. Em seguida aparecem as pessoa física (com 28,3%); indústria (15,6%); comércio (12,9%) e as estatais (com apenas 0,6%). Outras atividades ficaram com participação de 8,15%. Segundo a Abel, o país tem 41 empresas de arrendamento mercantil. O setor, porém, é bastante concentrado. As 10 maiores administradoras respondem por 85% do valor presente da carteira do segmento. O ranking é encabeçado pela ItauLeasing, seguida pelo Safra, Bradesco Leasing e BankBoston Leasing. Não por acaso, estas instituições foram as que mais emitiram debêntures este ano. Apenas o Safra prepara uma emissão de R$ 5 bilhões. O Bradesco já emitiu R$ 7 bilhões e o Itaú, R$ 5,4 bilhões. O setor já emitiu R$ 16 bilhões este ano em debêntures, um recorde.