Título: Desaceleração do IGPM mantém-se em outubro
Autor: Vera Saavedra
Fonte: Valor Econômico, 29/10/2004, Brasil, p. A2

A inflação de outubro medida pelo Índice Geral de Preços de Mercado (IGPM) da Fundação Getúlio Vargas (FGV) ficou em 0,39%, caindo ante os 0,69% de setembro ainda por conta dos alimentos que apresentaram deflação no atacado e no varejo. No ano, o índice acumula 10,69% e, em doze meses, 11,91%. O Índice de Preços no Atacado (IPA-M) fechou em 0,44%, baixando 0,46 pontos percentuais em relação a setembro, dos quais 0,41 pontos percentuais como efeito da deflação de 1,98% em produtos agrícolas, destacou Salomão Quadros, responsável pelos índices de preços na FGV. Os produtos industriais registraram mais uma rodada de desacelerações, embora mais fraca: a alta de 1,38% em setembro recuou para 1,31% em outubro. Entre 19 segmentos, 13 recuaram. Porque uma ocorrência tão disseminada de desaceleração não produziu uma queda maior do índice de produtos industriais? Quadros explicou que o fenômeno se deve aos poucos reajustes fortes que ocorreram. O aço subiu 5,37% este mês, depois de ter subido 8% em agosto e 3,41% em setembro. O varejo ainda está em desaceleração na coleta da FGV. O IPC variou 0,05%, um número atípico na avaliação de Salomão. "Esta não é uma taxa de inflação estável, é o menor número desde outubro de 2000 e a alimentação ajudou". Segundo ele, o efeito forte foi das hortaliças e legumes, com deflação de 12%. "Se tirar este ítem, o grupo alimentação começa a ficar positivo", observou. "O que está puxando o IPC são as tarifas. Se fôssemos considerar só preços livres, o varejo estaria com um acumulado no ano abaixo de 4%. Para os próximos meses, a inflação do varejo pode subir e depois recuar".