Título: Executivos duvidam de reeleição
Autor: Cristiane Agostine
Fonte: Valor Econômico, 19/08/2005, Especial, p. A14

Uma parcela considerável de executivos brasileiros não acredita que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva possa ser reeleito em 2006. Segundo a pesquisa Brasil 2010 - Tendências e Perspectivas, realizada pela Ibope Solution e apresentada ontem, mostrou que de um total de 401 executivos ouvidos, 16% afirmam que Lula "certamente não" será reeleito e 46% dizem que "provavelmente não" será. Uma parcela de 21% dos executivos "não sabem" se Lula será reeleito e outros 16% acreditam na reeleição do presidente. A pesquisa foi realizada entre os dias 25 de julho e 2 de agosto. Foram ouvidos executivos das áreas de serviços, comércio, indústria e administração pública. Segundo 42% deles, o principal adversário nas eleições de 2006 seria o atual governador de São Paulo, Geraldo Alckmin. Em seguida, 22% deles apontam José Serra como favorito na disputa. Fernando Henrique Cardoso é apontado por 13% e Aécio Neves, por 10%. O cenário político, segundo os entrevistados, é a maior preocupação no momento: 48% acreditam que o cenário político possui "forte" influência na gestão da organização, e 32% acreditam que essa influência é muito forte. Porém, 64% responderam que o impacto das mudanças ministeriais já feitas foi neutro na gestão. Para 19% foi positivo e para 17%, negativo. Apesar da perspectiva do cenário político, os executivos brasileiros estão otimistas em relação à economia. Entre eles, 62% acreditam no crescimento da economia e 30% prevêem estabilidade. Em relação ao PIB, 80% deles acreditam no aumento, sendo que 53% afirmaram acreditar no aumento da renda per capita até 2010. A expectativa para as vendas domésticas e exportações são favoráveis também: 85% acreditam no aumento das exportações enquanto 73% no aumento das vendas no mercado interno. Cerca de 54% crêem na redução da taxa de juros e 30% acreditam no seu aumento. Outro aspecto abordado pela pequisa são as leis trabalhistas. Segundo os entrevistados, 63% acreditam que serão flexibilizadas. Dentre essa porcentagem, 70% acreditam no aumento da tercerização; 55%, na maior participação nos lucros e resultados; 34%, na redução das contratações pela CLT e 36% na sua estabilização. Dentre eles, 61% acham que os investimento externos vão crescer nos próximos cinco anos - 23% virão dos EUA; 38%, Comunidade Européia, e 39% da Ásia. Os maiores concorrentes do Brasil serão a China, Índia e México.