Título: Alckmin assume candidatura em 2006
Autor: Cristiane Agostine
Fonte: Valor Econômico, 19/08/2005, Especial, p. A14

Em busca de projeção nacional, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), anunciou que está à disposição do partido para disputar a Presidência da República em 2006 e que "ficará muito honrado se tiver a oportunidade de trabalhar pelo país". Um dos principais nomes tucanos para concorrer ao cargo, Alckmin procurou descartar a candidatura de José Serra, prefeito de São Paulo, outro forte nome do partido à sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "O Serra tem dito que não é candidato e não tenho razão para duvidar disso", afirmou. Mesmo com resultados favoráveis em pesquisas de intenção de voto, Alckmin acredita que pode ter maior expressão entre os eleitores. "Pesquisa antes do horário eleitoral gratuito no rádio e na televisão é um farol voltado para trás. Aparecem Lula, Serra, Ciro, Garotinho e ponto final. Porque a lembrança que ficou foi da última eleição." Em pesquisa divulgada ontem pelo Ibope (ver matéria nesta página), Alckmin aparece com 42% da intenção de votos e José Serra, 22%. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso tem 13%, e o governador de Minas Gerais, Aécio Neves, 10%; outros 13%. O resultado das últimos levantamentos animaram o governador. Em discurso para uma platéia de empresário da Câmara de Comércio França-Brasil, Alckmin foi aplaudido quando assumiu publicamente seus planos ao Palácio do Planalto e mostrou qual será sua plataforma política: melhorar a qualidade da gestão pública, reduzir a carga tributária, completar a reforma da previdência e aprovar as reformas sindical e trabalhista. O tucano considera natural um governador ser conhecido no plano nacional e enumerou ex-presidentes que tiveram em suas histórias o comando estadual: Juscelino Kubitschek, Jânio Quadros, José Sarney e Fernando Collor. "Quem não gostaria de trabalhar pelo Brasil? O lema de São Paulo é pelo Brasil faça-se o máximo." Em referência ao presidente, Alckmin disse que "a última eleição mostrou que não existe salvador da pátria, nem da esquerda, nem da direita". Mesmo sem ataques diretos a Lula, o governador paulista criticou a eficiência da administração federal. "Há uma paralisia que é ruim para o país. O cenário internacional é extraordinariamente bom, com crescimento econômico forte, com liquidez grande. Estamos perdendo oportunidades". E completou: "O país tem vocação para o crescimento. Para atrapalhar precisa de muito esforço".