Título: Empresas inovadoras terão R$ 260 mi
Autor: Vera Saavedra Durão
Fonte: Valor Econômico, 19/08/2005, Finanças, p. C8

O BNDES vai destinar R$ 260 milhões para fundos de "private equity" e companhias emergentes ("venture capital"), visando o desenvolvimento de empresas inovadoras. Até o fim de 2006, a instituição de fomento deve estimular a criação de sete fundos para firmas emergentes e dois de private equity. Carlos Kawall, diretor financeiro do banco, acredita que esses fundos poderão alavancar investimentos totais de R$ 1 bi. Kawall fez o anúncio durante lançamento do Programa de Participação em Fundos de Investimento, por ocasião da posse da diretoria da ABVCAP (Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital), no auditório do BNDES, destacando que serão priorizados os fundos para o desenvolvimento de pequenas e médias empresas emergentes, focadas no trabalho com inovações tecnológicas, os denominados "bens intangíveis". "O peso maior do apoio do banco será para fundos de empresas emergentes (venture capital) já que os fundos de private equity já têm uma base de investidores mais ampla", explicou. "A nossa ênfase será na base tecnológica." Por conta desse diagnóstico, nos sete primeiros fundos de venture capital a serem criados o banco terá participação de 30% do patrimônio comprometido, via BNDESPar, limitada a R$ 20 milhões por fundo. Nos dois de private equity a participação será de até 20% do patrimônio comprometido, limitada a R$ 60 milhões por fundo. O BNDES vai destinar, portanto, R$ 140 milhões para os fundos de empresas emergentes e R$ 120 milhões para os fundos de private equity. Segundo Kawall, já foi iniciado o processo de seleção desses fundos. Os seus gestores serão escolhidos mediante critérios que vão levar em conta o alinhamento da proposta do gestor com as prioridades de atuação do banco, sinalizadas pelas políticas operacionais; a experiência da equipe com capital de risco e conhecimento em relação aos setores a serem investidos; apresentação dos negócios em perspectiva; capacidade do gestor em trazer novos investidores; existência de um comitê de investimento, como fórum decisório, com um representante do BNDES; e remuneração do gestor de acordo com o tipo e tamanho do fundo. O banco está empenhado ainda na busca de parcerias na Bolsa, no âmbito do programa Bovespa Mais, para abrir capital de empresas da área de inovação tecnológica que estão em sua carteira, já que elas não têm porte para abrir capital nos moldes tradicionais. No próximo dia 29, o BNDES vai à Bovespa apresentar cinco empresas, nas quais participa, a investidores potenciais, adiantou Kawall. Microcrédito - O BNDES aprovou ontem uma operação de microcrédito produtivo com a Caixa Estadual S.A. Agência de Fomento, do Rio Grande do Sul, no valor de R$ 10 milhões, para a implantação do programa Credimicro, que vai repassar recursos a microempreendedores formais e informais do Estado. Serão oferecidos financiamentos de até R$ 5 mil para formação de capital de giro e para investimento fixo, com taxas de juros de até 2,5% ao mês e prazo máximo de 12 meses para pagamento. Não há necessidade de apresentação de garantia real. A operação é a primeira aprovada no âmbito do novo Programa de Microcrédito do BNDES, que tem como base a nova política definida pelo Programa Nacional de Microcrédito (PMC) Produtivo e Orientado. Atualmente, o PMC tem uma carteira de 19 operações, totalizando quase R$ 53 milhões em valores potenciais a serem contratados. (VSD e Agência Globo)