Título: Planner fecha acordo com BBVA para financiamento
Autor: Altamiro Silva Júnior
Fonte: Valor Econômico, 22/08/2005, Finanças, p. C3

Comércio exterior Corretora intermediará empréstimo a pequenas empresas

A Planner Corretora de Valores acaba de fechar um acordo com o banco espanhol BBVA para o financiamento de operações de comércio exterior. Para este ano, a corretora deve intermediar a liberação de um volume de US$ 20 milhões, acima dos cerca de US$ 15 milhões do ano passado, informa José Renato Fráguas, responsável pela área de finanças corporativas da Planner. O objetivo da Planner é atender a pequenas e médias empresas, que muitas vezes enfrentam dificuldade no acesso a linhas de financiamento e costumam ser desprezadas pelos grandes bancos. Este ano, nas operações que a corretora intermediou, o crédito médio está em US$ 200 mil, abaixo dos US$ 300 mil do ano passado. Em resumo, a Planner estrutura a operação, apresenta para o banco e acompanha o projeto. Entre as operações, está o financiamento de importações de bens de capital, estoques e matérias-primas e pré-pagamento de exportações. No caso do BBVA, o papel da Planner é levar o cliente para o banco, que disponibilizou uma linha para financiar o comércio com a América Latina. A corretora avalia a empresa, seus números, fluxo de caixa e balanço, e apresenta a companhia para o banco, que libera os recursos. Pelo acordo, o mínimo que o banco libera é ? 500 mil. Além do BBVA, a Planner tem acordo com outros bancos nos Estados Unidos, América Latina e Europa. A área começou a ser montada na corretora há 3 anos. "Por estes acordos, os bancos conseguem clientes que de outra forma eles não conseguiriam", diz o executivo. A corretora também fechou outro acordo com a colombiana Leasing Suramericana Compañía de Financiamiento Comercial (Suleasing), para fazer o leasing de importações de equipamentos e bens de capital. Em algumas operações, o leasing chega a 100% do valor do equipamento. Segundo Fráguas, a crise política atrapalhou consideravelmente os negócios com comércio exterior nas últimas semanas. Alguns clientes da corretora cancelaram (ou adiaram) projetos, frente ao agravamento das denúncias. "Tivemos grandes projetos cancelados", disse. No final do ano passado, a intervenção do Banco Central no Banco Santos também tumultuou o mercado de crédito. "Os bancos encolheram suas linhas", diz o executivo. Ainda dentro da filosofia de diversificar os negócios, a corretora está criando uma área para auxiliar as empresas em dificuldades dentro da nova Lei de Falências, que estimula a recuperação da companhia falida. A Planner vai prestar serviços para tentar recuperar a empresa. A corretora fará a análise da situação econômica-financeira da instituição, estudos sobre meios de recuperação, além da gestão da companhia e avaliação de vendas de ativos e assessoria na negociação com credores e bancos.