Título: "Ninguém é insubstituível"
Autor: Arnaldo Galvão, Maria Lúcia Delgado e Cristiano Ro
Fonte: Valor Econômico, 22/08/2005, Política, p. A4

Após deixar o presidente Lula à vontade para substituí-lo ou para decidir por um afastamento temporário do cargo de ministro da Fazenda, Antonio Palocci, disse que "ninguém é insubstituível", e acrescentou: "Dei ao presidente todas as alternativas. Jamais vou utilizar a sensibilidade da área econômica por apego ao cargo". Lula determinou que ele continue no ministério. Perguntado se desejava deixar o governo, respondeu: "Essa é uma pergunta subjetiva. Minha preocupação foi dizer ao presidente que a economia é superior às pessoas. Não vou, jamais, usar a sensibilidade da economia para questões pessoais". Palocci já estava encerrando a entrevista quando foi avisado que não havia respondido à pergunta sobre as declarações do secretário-geral do PT, Ricardo Berzoini. Ao tomar conhecimento das denúncias de Rogério Buratti, na sexta feira, Berzoini as considerou "graves" e comentou, a respeito de Palocci, que "as pessoas são importantes mas não são insubstituíveis". O ministro da Fazenda brincou: "Freud disse que não há ato falho. Talvez tenha fugido inconscientemente dessa pergunta sobre o PT. Não vou criticar a reação dura do Berzoini. O PT passa por uma situação gravíssima" .