Título: PSB escolhe Eduardo Campos para presidir partido
Autor: Juliano Basile
Fonte: Valor Econômico, 22/08/2005, Política, p. A6

O ex-ministro de Ciência e Tecnologia do governo Lula, deputado Eduardo Campos (PE), foi eleito, ontem, presidente do PSB, numa chapa de consenso, no Congresso do partido realizado em Brasília. Durante o encontro, o PSB definiu posição pela investigação das denúncias envolvendo o governo federal, mas manteve o apoio ao presidente Lula. "O PSB reafirma a defesa da governabilidade. Tal posição, no entanto, não implica recusa à crítica às ações do governo, nem submissão a qualquer força política", diz a Declaração final da convenção do partido. O partido pediu a redução dos juros e uma "política econômica soberana". A visão econômica do PSB implica em aumento dos investimentos, sobretudo em infraestrutura "e naqueles segmentos que promovem a inclusão social". Segundo Eduardo Campos, o PSB manterá postura atenta aos desdobramentos da crise política no governo Lula. Ele também defendeu uma "reforma política profunda, que assegure a restauração do regime representativo, a recuperação da legitimidade do regime de partidos e a implantação de sistema eleitoral livre das manipulações do poder econômico e do poder político". Também ex-ministro da Ciência e Tecnologia do governo Lula, Roberto Amaral, foi eleito primeiro-vice-presidente do partido. O deputado Beto Albuquerque (RS) foi eleito segundo-vice e Renato Casagrande (ES), líder do PSB na Câmara, será o secretário-geral. No Congresso, os integrantes do partido fecharam o posicionamento de que a crise atual tem raízes históricas, e não pode se limitar ao governo do presidente Lula. "A crise política que todos estamos sofrendo tem raízes históricas na forma tradicional de exploração patrimonialista do Estado pelas elites conservadoras e na falência da representação parlamentar, decorrente da exaustão do presente sistema político e do atual regime de partidos", afirma a Declaração final do partido. "Na visão do PSB, a grande crise moral é o conformismo da nação diante da desigualdade social", continua o texto.