Título: Furlan está otimista e diz que PIB cresce mais que 4%
Autor: Raquel Landim
Fonte: Valor Econômico, 23/08/2005, Especial/Valor 1000, p. A11

O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, afirmou ontem que o PIB do Brasil e a inflação crescerão na mesma casa decimal este ano, uma situação "inimaginável" no passado recente do país. Ele acrescentou que os empresários devem seguir investindo, o que garantirá a continuidade do crescimento da economia. Furlan avalia como possível um aumento do PIB superior a 4% em 2005, próximo a 5%. Os analistas do mercado financeiro trabalham com crescimento de 3% da economia este ano. "O PIB vai dar surpresas positivas. Nós apostamos em um nível de crescimento acima de 4%, podendo se aproximar de 5%", afirmou o ministro, que foi ontem orador no lançamento do anuário "Valor 1000". Ele ressaltou que o desempenho da inflação deve ser semelhante, entre 4% e 5%. Apesar das incertezas provocadas pela crise política, Furlan está otimista e acredita na manutenção dos investimentos privados. O ministro lembrou os resultados do BNDES relativos ao primeiro semestre, que mostraram desembolsos 20% maiores que os de igual período do ano passado, sinal de aumento do investimento produtivo. "Por isso, a expectativa é de continuidade do crescimento econômico", completou o ministro. "A capacidade de competir do brasileiro ajuda a superar o momento político", disse Furlan, ao discursar para os empresários presentes de 27 setores distintos. "As questões políticas serão resolvidas politicamente, as questões econômicas serão resolvidas com fatos e dados." Segundo o ministro, para as empresas "o que vale é a última linha do balanço". O ministro enfatizou que o desempenho do primeiro semestre de 2005 foi recorde para muitos setores. Em alguns discursos públicos desde a última reunião ministerial presidida pelo presidente Lula, Furlan tem procurado tranqüilizar os empresários e enfatizar a necessidade de manter os investimentos, apesar da crise política. Um dos motivos do otimismo do ministro para uma "blindagem" da economia contra a crise é o desempenho da balança comercial. Apesar da valorização do câmbio, Furlan afirmou que "o comércio exterior brasileiro está crescendo a um ritmo que é o dobro do comércio mundial". O Ministério do Desenvolvimento prevê saldo da balança comercial de US$ 38 bilhões em 2005. No acumulado dos 12 meses, o saldo da balança está em US$ 40 bilhões.