Título: Consumo de derivados deve crescer 2,6% ao ano
Autor: Cláudia Schüffner
Fonte: Valor Econômico, 23/08/2005, Empresas &, p. B8

A Petrobras reviu para cima suas previsões para o crescimento da demanda de derivados no Brasil no período de 2006-2010. Agora, a companhia projeta crescimento anual de 2,6% do consumo de combustíveis, contra previsão anterior de 2,4% ao ano. Entre os destaques estão o consumo de gasolina, cuja previsão aumentou de 323 mil barris por dia (bpd) - previstos no plano anterior - para 337 mil bpd. Já o diesel e querosene de avião tiveram previsão de demanda elevada de 874 mil bpd para 894 mil bpd entre um plano e outro. A Petrobras trabalha com projeção de crescimento médio do Produto Interno Bruto (PIB) mundial de 4,2% no período 2006-2010 (ajustado pelo critério de paridade do poder de compra); e crescimento de 4% do PIB brasileiro, maior que os 3,7% de crescimento do PIB latino americano no período. Já a taxa de câmbio usada para projetar os investimentos no período foi de R$ 3 por dólar. Para o petróleo do tipo "Brent" ela está estimando preço médio em US$ 45 o barril em 2006; US$ 30 o barril em 2007 e US$ 25 de 2008 a 2010. Segundo a companhia, esses são preços que garantem o financiamento dos seus projetos. O diretor financeiro da Petrobras, Almir Barbassa, explicou que cada US$ 5 de variação no preço do petróleo "Brent" provoca variação de 2% no retorno sobre o capital investido da companhia. Isso significa que para cada US$ 5 de variação no preço, o reflexo será uma variação de US$ 2,5 bilhões - para cima ou para baixo - na geração de caixa operacional da companhia em 2010. Apesar de elevar em 22 milhões de metros cúbicos/dia sua previsão de demanda por gás natural no Brasil - mais de dois terços da capacidade de transporte do gasoduto Bolívia Brasil - o presidente da Petrobras, Sérgio Gabrielli, evitou relacionar o plano de negócios da companhia para o gás a uma possível precaução do governo quanto à possibilidade de um "apagão" no fornecimento do insumo. (CS)