Título: PT e PSDB terão 10 confrontos diretos
Autor: Juliano Basile
Fonte: Valor Econômico, 29/10/2004, Política, p. A7

Eleições Mais de 27 milhões de eleitores devem ir às urnas no domingo. Tribunal prevê votação mais eficiente

O PT e o PSDB são os protagonistas do segundo turno das eleições. Segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), os dois partidos são os que mais disputarão eleitores no domingo. Ao todo, tucanos e petistas disputarão diretamente 42% dos votos do segundo turno. São 11,5 milhões de eleitores num total de 27,3 milhões que voltam às urnas. O PT tentará eleger 24 prefeitos nos 44 municípios em que haverá disputa. O PSDB, 20. Tucanos e petistas terão embates diretos em dez cidades. São quatro capitais: São Paulo, Curitiba, Vitória e Cuiabá. Três importantes cidades do Estado de São Paulo: Santo André, Osasco e Diadema. E outras três cidades do interior: Cariacica (ES), Ponta Grossa (PR) e Contagem (MG). Ambos tentarão superar a marca das últimas eleições municipais em 2000, quando o PT elegeu 13 prefeitos no segundo turno e o PSDB venceu em apenas três cidades. O PMDB está em terceiro lugar na lista dos partidos com mais disputas no segundo turno. São 13 cidades. Dessas, em cinco haverá confronto direto com o PT: Goiânia, Caxias do Sul, Santos e as cidades fluminenses de Nova Iguaçu e Niterói. Em seguida, vêm embolados quatro partidos: o PDT disputará seis cidades, enquanto o PFL, o PPS e o PSB, cinco cada. O PP e o PTB tentarão eleger três prefeitos cada. O PSL, PV, PL e PSDC estão em apenas uma disputa. O PMDB é o campeão nos grotões. O partido elegeu 947 prefeitos no primeiro turno. Foi seguido pelo PSDB, com 819 prefeitos e pelo PFL, com 746. O PT ficou em sétimo na lista de eleitos no primeiro turno, com 354 prefeitos. Ficou atrás do PP, com 516, do PTB, com 400, e do PL, com 368. A expectativa do TSE é de que o segundo turno das eleições municipais seja realizado com maior rapidez e eficiência do que o primeiro. Primeiro, porque o número de eleitores caiu drasticamente, do primeiro para o segundo turno. Eram 119 milhões e, agora, são 27,3 milhões. O processo de votação também deverá ser acelerado porque cada eleitor terá de clicar apenas três vezes na urna eletrônica: duas para o partido do prefeito e uma terceira para confirmar. No primeiro turno, houve o voto para vereador, que exigia mais seis "tecladas" por eleitor e aumentava as filas nas zonas eleitorais. A eficiência nos resultados também será melhorada porque os tribunais regionais eleitorais terão menos locais inóspitos para buscar urnas. Os resultados nas zonas rurais e em regiões de difícil acesso, na Amazônia, costumam retardar a conclusão das eleições. No segundo turno, a maior parte das seções eleitorais está localizada em zonas urbanas. Ao todo, o segundo turno abrangerá 67 mil seções instaladas em 302 zonas eleitorais. A capital paulista ficará com a maior fatia: são 17 mil seções em 42 zonas. O TSE julgou quase 3 mil processos sobre as eleições deste ano. Do total de processos distribuídos aos ministros, 2.939 tratam de acusações ou problemas decorrentes do registro de candidatos e 773 sobre propaganda eleitoral. O presidente do TSE, ministro Sepúlveda Pertence, fez uma análise desses dados e concluiu que o Brasil tem um sistema eleitoral confiável. O problema, segundo ele, está no abuso de poder econômico e político das campanhas. "Podemos dizer que muito pouco falta para termos absoluta confiabilidade formal no processo eleitoral", disse o presidente do TSE. "Mas a conquista dessa confiabilidade formal é apenas um marco de um desafio maior: o de garantir a legitimidade substancial deles", completou.