Título: Brasilprev lucra R$ 69,6 milhões, o melhor resultado de sua história
Autor: Altamiro Silva Júnior
Fonte: Valor Econômico, 25/08/2005, Finanças, p. C8

A Brasilprev Seguros e Previdência fechou o primeiro semestre com lucro líquido de R$ 69,6 milhões, 21% acima do ganho do mesmo período de 2004 e o melhor resultado semestral da história da empresa. "Considerando as circunstâncias, foi um resultado excepcional", disse Eduardo Bom Angelo, presidente da Brasilprev. O carro-chefe da empresa, controlada pelo Banco do Brasil, foi o Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL). Só o produto gerou uma arrecadação de R$ 352 milhões no primeiro semestre, um terço de toda a arrecadação da empresa no período, que ficou em R$ 1 bilhão (7,9% abaixo de igual período do ano passado, quando somou R$ 1,1 bilhão). A arrecadação dos PGBLs da Brasilprev cresceu 12,7% quando comparada ao mesmo período de 2004, bem acima da média do mercado, que registrou queda de 17,7%, segundo a Associação Nacional de Previdência Privada (Anapp). Desde o final do ano passado, o mercado ficou parado, à espera da nova legislação. A Brasilprev, segundo Bom Angelo, optou por fazer um esforço de venda do PGBL. Além de contar com a rede de agências do BB, a empresa colocou oito consultores nas principais agências voltadas para a alta renda. O executivo conta, sem revelar números, que os resultados foram "surpreendentes". Dos PGBLs novos vendidos no primeiro semestre na Brasilprev, 36% das pessoas optaram pelo regime regressivo - quanto mais tempo o investidor ficar, menor a alíquota de Imposto de Renda, acima das expectativas de Bom Angelo, que esperava algo em torno de 20%. A Brasilprev tem 18% do mercado de PGBL, ocupando a segunda posição no ranking da Anapp, atrás da Bradesco Vida. "Procuramos investir na qualidade do faturamento", diz. Por isso a aposta no PGBL, voltado para o longo prazo, tendo assim menos saques. Além disso, o investidor procura fazer aplicações mensais. Com isso, ao mesmo tempo que se garantem aplicações, reduz-se a possibilidade de retiradas. Já o Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL), segundo Bom Angelo, é encarado pelo aplicador mais como uma produto de investimento e, por isso, tende a ter mais saques. Nestas carteiras, a arrecadação somou R$ 312,5 milhões, uma queda de 27,3% em relação ao primeiro semestre de 2004. Já nos PGBLs voltados para os jovens, houve crescimento de 6,6% na arrecadação e nos planos empresariais, alta de 28,5%. A Brasilprev fechou junho com uma carteira de R$ 8,7 bilhões em ativos administrados, um crescimento de 28% na comparação com junho de 2004. O patrimônio líquido cresceu 9,9% em igual período. As reservas técnicas somaram R$ 8,5 bilhões e o número de participantes dos planos chegou a 1,5 milhão (ante 1,3 milhão em junho do ano passado).