Título: Servidor de SP terá de 8% a 16% de reajuste
Autor: Cristiane Agostine
Fonte: Valor Econômico, 26/08/2005, Brasil, p. A3

Os funcionários públicos do Estado de São Paulo terão aumento entre 8% e 16% na folha de pagamento a partir de outubro. O reajuste contempla parcialmente as reivindicações dos servidores, que fazem hoje um ato organizado pela Central Única dos Trabalhadores para pedir mudanças no reajuste salarial. O anúncio do aumento, feito às vésperas da manifestação da CUT, não agradou os movimentos sindicais e foi visto como insuficiente. "Houve grande perda salarial ao longo dos anos. O governo adotou a política de dar abonos salariais e não reajustes. Quando Alckmin anuncia esse aumento, não significa um impacto grande no salário", diz Edilson de Paula, presidente estadual da CUT. O presidente da Apeoesp, Carlos Ramiro de Castro, sindicato da área da educação, discute o reajuste de 15% no salário base dos professores e mais 15% nas gratificações. "Não atende nossas reivindicações e não contempla integralmente os aposentados." Na mesma linha, a presidente do Sindsaúde-SP, Célia Regina Costa, critica: "É uma forma truculenta de negociação, não tem discussão das propostas." Dentro das regras da Lei de Responsabilidade Fiscal, o aumento terá impacto de 10,5% , com elevação de gastos mensais de R$ 136,3 milhões com pessoal. Ao cofre estadual custará neste ano R$ 722 milhões e beneficiará 98,8% do pessoal - cerca de 930 mil funcionários - da área da educação, saúde, segurança e pesquisa científica. Para 2006 o valor subirá para R$ 1,8 bilhão. O reajuste não atinge os funcionários dos poderes Legislativo e Judiciário. O último aumento foi há um ano. Em conjunto com movimentos sociais como MST e UNE, a CUT planeja reunir hoje cerca de 10 mil pessoas em São Paulo, para reivindicar novo reajuste, a exemplo de outros atos em 14 Estados. Outra bandeira da manifestação será a defesa do governo federal.