Título: Relação entre Guaranhuns e Centrus será investigada
Autor: Maria Lúcia Delgado e Thiago Vitale Jayme
Fonte: Valor Econômico, 26/08/2005, Especial, p. A12

A CPI Mista do Mensalão vai concentrar esforços nas investigações sobre uma relação considerada por integrantes da comissão como "inusitada" entre o fundo de pensão dos funcionários do Banco Central (Centrus) e a Guaranhuns Empreendimentos, Incorporações e Participação. O deputado Moroni Torgan (PFL-CE) e o relator da CPI, Ibrahim Abi-Ackel, querem descobrir qual a verdadeira relação entre a fundação e a empresa, considerada pelos integrantes da comissão como uma das maiores "lavanderias" de dinheiro do suposto esquema de pagamento de mesada a parlamentares e caixa 2 em campanhas eleitorais organizada pelo empresário Marcos Valério de Souza e o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares. Torgan chamou a atenção de Abi-Ackel para a relação suspeita entre o fundo e a empresa, recebedora de R$ 6,5 milhões das contas do empresário Marcos Valério. Documentos obtidos pela CPI no Banco Rural mostram que a Guaranhuns foi usada dentro do esquema para ser feito o repasse desse montante para o presidente do PL, Valdemar Costa Neto (SP). A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) descobriu uma intermediação feita pela empresa de investimentos da Centrus. "É muito estranho. A Guaranhuns não é nem corretora nem banco", diz o relator da CPI do Mensalão. A Centrus, por meio de sua assessoria de imprensa, diz desconhecer qualquer investimento na Guaranhuns. O fundo alega que parte de seus investimentos ficam a cargo de corretores que têm autonomia de escolher onde aplicar os recursos. (TVJ)