Título: SMP&B deixa ABAP e Duda Mendonça quer se explicar
Autor: Eliane Sobral
Fonte: Valor Econômico, 29/08/2005, Empresas &, p. B6

Publicidade A DNA Propaganda solicitou desligamento há duas semanas

A agência mineira SMP&B não é mais filiada à Associação Brasileira de Agências de Publicidade (ABAP). Na última sexta-feira, enquanto a diretoria da entidade se reunia no hotel Hyatt, na zona Sul de São Paulo, Cristiano Paz, presidente da SMP&B, enviou, por fax, uma carta endereçada ao presidente da ABAP, Dalton Pastore, solicitando seu desligamento da associação. Na carta, Paz diz que precisa dedicar-se à defesa das acusações que sua agência vem sofrendo nos últimos meses. A SMP&B é uma das agências das quais saíram volumosos recursos para o pagamento de suposta mesada a parlamentares da base aliada do governo federal. A outra agência de publicidade envolvida no escândalo do mensalão, a DNA Propaganda, também de Minas, solicitou seu desligamento da ABAP há aproximadamente duas semanas. Em comum, além da origem mineira, as duas agências têm o empresário Marcos Valério Fernandes de Souza como vice-presidente de operações. Além da diretoria nacional, composta por quatro publicitários, a ABAP é dividida em regionais, que internamente a entidade chama de capítulos. Francisco Castilho, presidente da DNA Propaganda, era o presidente do capítulo Minas Gerais, até estourar o escândalo do mensalão. Na quinta-feira passada, um dia antes da reunião de diretoria da ABAP, o publicitário Duda Mendonça telefonou para Pastore pedindo prazo de 30 dias para esclarecer a situação de sua agência, a Duda Mendonça Propaganda. "Mas contra a agência de publicidade do Duda não pesa nada. O problema é com a agência de marketing político que ele tem, e essa não é filiada à ABAP", comenta a fonte. O executivo disse acreditar que Duda Mendonça compareça pessoalmente à sede da entidade, em São Paulo, antes do prazo requerido. "Acho que dentro de dez dias". Segundo esse publicitário, que participou da reunião de sexta-feira, a carta de Cristiano Paz, solicitando desligamento, já era esperada pelos membros da ABAP e foi recebida com um "certo alívio". Isto porque, desde o início do escândalo, a entidade está dividida entre os publicitários que queriam uma atitude mais "enérgica" da ABAP na defesa da imagem dos profissionais do setor e das agências, e aqueles que preferiam uma atitude discreta da associação. "Aquele comunicado divulgado pela ABAP logo no início da crise, provocou uma celeuma entre os associados. Os que não trabalham com contas públicas acharam o teor muito tímido", lembra a fonte.