Título: Bens de capital puxam importações, diz Furlan
Autor: Arnaldo Galvão
Fonte: Valor Econômico, 31/08/2005, Brasil, p. A3

O governo trabalha com a estimativa de as importações, em agosto, chegarem ao valor recorde de US$ 7,5 bilhões. Segundo o ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, esse recorde não preocupa porque o perfil predominante nessas mercadorias é o de máquinas, equipamentos, componentes e insumos e não o de bens de consumo. Na análise de Furlan, agosto foi um mês "bastante positivo" na balança comercial, mas teve influência importante das importações e exportações de petróleo. O fato de a Petrobras ter um incremento de produção significa que ela exporta alguns tipos de petróleo e importa outros no elevado nível de preço atual. Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), aumentaram, em agosto, os gastos com produtos siderúrgicos (48%), combustíveis e lubrificantes (37,3%), veículos automóveis e partes (35,6%), equipamentos mecânicos (31,3%), equipamentos elétricos/eletrônicos (29,2%) e borrachas e obras (27,1%). Nas exportações, se os últimos três dias úteis de agosto sustentarem média de US$ 400 mil nas vendas externas, o mês vai ultrapassar US$ 11 bilhões, superando julho (US$ 11,06 bilhões). Quanto aos incentivos à produção e às exportações, Furlan confirmou que está sendo preparado um novo pacote de desoneração tributária, cujo apelido é "MP do Bem 2". O ministro informou que vai propor ainda neste ano essas novas medidas, limitando-se a afirmar que o objetivo é "reduzir a cunha fiscal" sobre vendas externas, financiamentos e câmbio. A nova MP pretende reduzir a tributação cobrada sobre operações financeiras que atingem os empréstimos às empresas e os contratos de câmbio.