Título: Economia está em alta e o PT, em baixa, diz ministro
Autor:
Fonte: Valor Econômico, 31/08/2005, Especial, p. A20
Criticar a atual condução da política econômica governo é um erro para o Partido dos Trabalhadores, que está com baixa credibilidade, avalia o ministro Paulo Bernardo (Planejamento). "Acho que a política econômica tem alta credibilidade. É um dos pilares de sustentação do governo. E acho que o PT está em um momento de baixa credibilidade. É um erro fazer esse tipo de ataque", disse. Na segunda-feira, o deputado federal Ricardo Berzoini (PT-SP) disse que é necessário que a política econômica gere mais empregos e que o empenho na execução do Orçamento seja maior. Berzoini será o candidato do Campo Majoritário - que reúne 60% das tendências do partido - à presidência do PT. Bernardo ressaltou que se sente à vontade para falar do assunto porque é também membro da chapa que disputará as eleições no próximo dia 18 de setembro. Ele acrescentou caso o PT queira mudar os rumos da política econômica, "isso irá transformar o nosso candidato (à Presidência da República) em um candidato de oposição ao presidente Lula". Para o ministro, a atual crise política não é motivo para paralisia do governo. "Ao mesmo tempo que a crise já dura mais de cem dias, as instituições funcionam com plena vitalidade e a economia segue absolutamente normal." No entanto, ele admite que o nível de execução orçamentária está mais baixo que o desejado, mas que isso ocorre não pela crise, mas por questões ambientais e de burocracia. "O governo tem que admitir que está em um nível abaixo dos que a gente gostaria", avalia. Entre janeiro e julho, os ministérios liquidaram apenas R$ 1,661 bilhão dos R$ 13,018 bilhões permitidos para se gastar neste ano. Ou seja, em sete meses, gastou apenas 12,75% do permitido. Mesmo considerando o que os ministérios já se comprometeram a gastar, o desempenho ainda é baixo. O total das despesas de investimento empenhado até julho é de R$ 5,412 bilhões, 41,6% do total permitido. "Os governos andam em um ritmo mais lento do que a sociedade gostaria. Mas (o governo federal) não está parado."