Título: Nafta não segue disparada do óleo
Autor: André Vieira
Fonte: Valor Econômico, 31/08/2005, Empresas &, p. B11

Petróleo

Há uma regrinha básica na petroquímica de que o preço da nafta, uma das principais matérias-primas, segue um múltiplo de dez vezes o preço do barril do óleo cru. Com o Brent alcançando quase a casa dos US$ 70 por barril, a nafta vem sendo negociada a uma relação muito próxima a oito vezes. Mas, caso persista a tendência de disparada dos preços do petróleo pelos próximos meses, os impactos devem ser sentidos no mercado brasileiro que passou quase incólume pelo movimento de alta do petróleo até agora. As petroquímicas que atuam no país já anunciaram novo reajuste de preços das resinas termoplásticas para setembro, pelo segundo mês consecutivo, acumulando aumentos superiores a 20% a 25%. Novos aumentos estão sendo analisados para o futuro. No último ano, esses aumentos das matérias-primas ficavam "escondidos" por conta da valorização do real na comparação com o dólar. Embora tenha aumentado 23% em dólar na média deste terceiro trimestre comparado com o terceiro trimestre de 2004, a nafta, se cotada em reais, teve um recuo de quase 2%. Toda essa relação pode mudar caso o real seja desvalorizado ou pelo menos persista uma manutenção da cotação pressionada por uma matéria-prima mais cara. Conta a favor o fato de a Petrobras levar em conta para a venda da nafta distribuída no mercado brasileiro uma defasagem nos preços praticados nos portos da Europa, o que pode ser favorável caso a cotação caía repentinamente e o aumento não seja repassado adiante.