Título: Antes de fazer lata, atuação em óleos, chapéus e energia
Autor: Natália Gomez e Ivo Ribeiro
Fonte: Valor Econômico, 01/09/2005, Empresas &, p. B10

Antes de ficar conhecida como a maior fabricante de embalagens de aço do país, a Metalúrgica Prada atuou em diferentes setores da indústria, sendo que alguns deles não tinham qualquer relação com a metalurgia. Fundada em 1876 pela família Prada, recém-chegada da Itália, a empresa era inicialmente um entreposto comercial localizado em Limeira (SP), que vendia diferentes tipos de mantimentos. No início do século passado, o fundador do entreposto, Agostinho Prada, iniciou a produção de chapéus na cidade, segundo relato de Elio Cepollina, que trabalha há 66 anos na empresa e atualmente é membro do seu conselho da administração. A empreitada seguinte da Prada foi na área de geração e distribuição de energia elétrica, que alcançou várias cidades nos Estados de São Paulo, Minas Gerais, Goiás e Paraná, de acordo com Cepollina. Ele conta que após vender o negócio para a Eletrobrás, a Prada passou a refinar óleos de oliva, a partir de matéria-prima vinda da Europa. Com o início da Segunda Guerra Mundial, em 1939, as importações de óleo bruto foram interrompida. Conforme seu relato, isso inviabilizou a continuidade do refino do produto. Como alternativa, a empresa passou a refinar óleo a partir de outras fontes, como o caroço de algodão e de amendoim. A esta altura, ela já fabricava suas próprias embalagens de aço e chegava a destinar uma parte da sua produção para terceiros. Isso permitiu que a Prada se dedicasse completamente à fabricação de latas quando as atividades de refino começaram a enfrentar uma desaceleração. A fabricante passou também a atender os mercados de tintas, produtos químicos e o segmento alimentício. Cepollina conta que o maior avanço da Prada no mercado de embalagens aconteceu durante a década de 70, e que nos últimos anos não observa o mesmo vigor no crescimento da companhia, onde começou a trabalhar aos 16 anos. (NG)