Título: Compras externas batem recorde em agosto
Autor: Arnaldo Galvão
Fonte: Valor Econômico, 02/09/2005, Brasil, p. A3

Os recordes de exportação e importação registrados na balança comercial em agosto fizeram com que o ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, determinasse à sua equipe uma revisão da expectativa das vendas externas em 2005. A informação é do secretário de Comércio Exterior, Armando Meziat. A previsão de US$ 112 bilhões ficou conservadora demais frente aos números. Ainda não foi definida a nova projeção. As exportações, em agosto, foram de US$ 11,348 bilhões, e as importações chegaram a US$ 7,676 bilhões, o que resultou em superávit de US$ 3,672 bilhões mês passado. Com base nas médias diárias, o crescimento em relação a agosto de 2004 foi de 19,9% nas exportações e 30,6% nas importações. O resultado acumulado entre janeiro e agosto deste ano é de US$ 76,086 bilhões nas vendas externas, US$ 47,738 bilhões nas compras e saldo de US$ 28,348 bilhões. Com relação ao mesmo período de 2004, o aumento foi de 24% nas exportações e 21% nas importações. Outro recorde histórico quebrado foi o da corrente de comércio, a soma das exportações e das importações. Para o período janeiro-agosto, chegou a US$ 100,8 bilhões. Nos últimos 12 meses, esse indicador de abertura da economia foi a US$ 182,304 bilhões, o que se aproxima de 30% do PIB. Em 2004, a corrente foi 26,4% do PIB. Meziat informou que a média de crescimento do comércio mundial é de aproximadamente 14%, mas o ritmo do Brasil está mais intenso. Nos últimos 12 meses, as exportações cresceram 26,5% e as importações aumentaram 25,4%. As importações foram recorde histórico em agosto e cresceram em todas as categorias. Comparando as compras com as de agosto de 2004, os aumentos foram de 65% para combustíveis/lubrificantes, 35,2% para bens de capital, 27,9% em bens de consumo e 18,9% para matérias-primas/ intermediários. No acumulado entre janeiro e agosto, as importações cresceram sobre o mesmo período do ano passado, de acordo com as seguintes variações: bens de capital (28,8%), combustíveis/lubrificantes (21,8%), bens de consumo (20,3%) e matérias-primas (18,1%). Segundo a Secex, o aumento do ritmo das importações não preocupa, porque entre janeiro e agosto a compra de bens de capital representou 20,6%. Quanto às matérias-primas e intermediários, foram 52,3%, e coube aos bens de consumo apenas 11%. O destaque nas exportações em agosto foi para o desempenho dos manufaturados. O recorde histórico foi quebrado, com US$ 5,963 bilhões (21,5% acima de agosto de 2004).