Título: Justiça do Trabalho suspende arresto na VarigLog
Autor: Vanessa Adachi
Fonte: Valor Econômico, 02/09/2005, Empresas &, p. B2

Aviação

A Justiça do Trabalho do Rio de Janeiro voltou atrás e revogou a liminar que mandava arrestar os bens das subsidiárias da Varig de manutenção (VEM) e de transporte de carga (VarigLog). A juíza Giselle Ribeiro, do Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região, concluiu que as duas empresas, embora não estejam expressamente em recuperação judicial, fazem parte do processo da Varig, já que são suas subsidiárias. A juíza reconheceu ainda que a 8ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro é que deve julgar as ações referentes à venda dos bens da Varig. A juíza havia concedido a liminar atendendo a pedido de sindicatos de funcionários do setor aéreo, que protestaram contra o anúncio da intenção de vender a VarigLog ao fundo americano MatlinPatterson para fazer caixa. A venda da subsidiária renderia US$ 38 milhões à Varig, valor ao qual se somariam outros US$ 50 milhões a US$ 65 milhões em empréstimos feitos pelo fundo à companhia. Esse dinheiro, segundo a administração da Varig, seria o necessário para garantir a sobrevivência da empresa até dezembro deste ano, quando termina o prazo para aprovação do plano de reestruturação da companhia. A liminar da Justiça do Trabalho era apenas um dos obstáculos que já apareceram à venda da VarigLog. Credores se opuseram formalmente à transação. O administrador judicial, João Vianna, diz concordar com a venda, mas preferir um sistema mais transparente, com outros concorrentes. Em nota, o presidente da Varig, Omar Carneiro da Cunha, afirmou que "o reconhecimento da Justiça do Trabalho de que a única forma de proteger os empregados é protegendo a companhia é um grande avanço no entendimento do processo de recuperação empresarial". Na tarde de ontem, executivos do banco UBS, contratado como assessor financeiro da Varig na recuperação, fizeram uma apresentação no TJ do Rio. Participaram dela juízes do tribunal, representantes do fundo de pensão Aerus e o administrador judicial, além de advogados e executivos da Varig. O banco mostrou qual era a previsão de fluxo de caixa feita para a Varig no início da recuperação e o que de fato aconteceu. Ou seja, o buraco que se abriu no caixa da empresa. Isso tudo para tentar convencer credores e Justiça da necessidade urgente de venda da VarigLog. Na terça-feira a juíza Márcia Carvalho, da 2ª Vara Empresarial, irá a Nova York para trocar informação com o juiz Robert Drain, do Tribunal de Falências.