Título: Diplomata é o novo chefe de gabinete de Palocci
Autor: Arnaldo Galvão
Fonte: Valor Econômico, 06/09/2005, Brasil, p. A2

O ministro da Fazenda, Antonio Palocci, conta desde ontem com um novo chefe de gabinete, o diplomata Marcos Galvão. Ele ocupa o lugar de Juscelino Dourado, que pediu demissão depois de ser acusado de tráfico de influência. Até julho, Galvão foi o número dois da embaixada do Brasil em Washington, e volta a exercer, na prática, funções que desempenhou no governo Itamar Franco. Entre março e setembro de 1994, ele foi o chefe de gabinete do então ministro da Fazenda Rubens Ricupero. "Foi ele quem manteve importantes contatos com analistas e formadores de opinião na divulgação da nova moeda, o real. Ajudou imensamente, sempre preocupado com a transparência e com a honestidade na informação", comenta Ricupero. Essa não foi a primeira experiência de governo de Galvão. Ele já tinha sido chefe de gabinete de Ricupero no Ministério do Meio Ambiente, entre dezembro de 1993 e abril de 1994, e também foi adjunto da assessoria diplomática da Presidência da República no governo de Fernando Collor, entre 1990 e 1992. No Itamaraty, Galvão foi porta-voz do ministro Luiz Felipe Lampreia, entre 1998 e 2001. Galvão também atuou como diplomata no exterior. Seu último posto foi o de encarregado de assuntos políticos na embaixada do Brasil em Washington, de 2001 a 2005. Destacados diplomatas não poupam elogios a ele. Lampreia diz que Galvão "é o mais brilhante diplomata de sua geração, dono de texto excelente, grande caráter e lealdade". Rubens Barbosa, ex-embaixador do Brasil em Washington e Londres, ressalta que Galvão chefiou, nessas duas oportunidades, o setor político, e foi "competente, discreto e leal". O embaixador José Alfredo Graça Lima, que vai dirigir o consulado geral, em Nova York, diz que Galvão é um "diplomata de mão-cheia, grande articulador e dono de um texto brilhante". O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Murilo Portugal, reforçou as boas indicações que Palocci já tinha de Galvão. A idéia inicial era trazê-lo para atuar como assessor especial e "ghost-writer" do ministro. Nascido em Nova York quando o pai servia como diplomata na cidade, Galvão tem 46 anos, é mestre em Relações Internacionais pela American University e graduou-se no Instituto Rio Branco, em 1980.