Título: Centrais perdem recursos do FAT
Autor: Raquel Salgado
Fonte: Valor Econômico, 09/09/2005, Brasil, p. A2

Trabalhadores de cidades como São Paulo, Santo André, Diadema, Rio de Janeiro e Recife poderão ter problemas para requisitar o seguro-desemprego e para utilizar os programas do Ministério do Trabalho para intermediação de emprego. O auxílio para requerer esses benefícios, oferecido por algumas centrais sindicais aos trabalhadores, corre o risco de ser extinto, uma vez que o Tribunal de Contas da União (TCU) determinou que, a partir de 1º de agosto deste ano, o Ministério não repassasse mais verbas do Fundo de Amparo ao Trabalhador, o FAT, para os programas feitos pelas centrais de solidariedade e agências de entidade como a Força Sindical e a Central Única dos Trabalhadores (CUT). Até o dia 3 de agosto, as centrais já receberam R$ 8,3 milhões. No ano passado como um todo, os recursos para a intermediação de emprego somaram R$ 22,3 milhões. O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) entrou com um recurso contra a decisão do TCU, pois, segundo Carlos Augusto Gonçalves, da diretoria de emprego e salário do MTE, a suspensão do repasse de dinheiro não pode ocorrer de forma abrupta, pois irá penalizar os trabalhadores. O Ministério quer continuar repassando os recursos e sugere que isso seja feito diretamente a Estados e municípios e não mais às centrais sindicais. No início do governo Lula, o Ministério suspendeu o repasse de verbas para programas de qualificação de trabalhadores, alegando que as centrais estavam cometendo irregularidades como duplicação de nomes nas listas de pessoas em treinamento, por exemplo. As centrais Força Sindical, CUT e CGT alegam que já foram prejudicadas em 2003 e que mais uma suspensão de recursos, prejudicará milhares de trabalhadores.