Título: Segmento de beleza deve faturar 17% mais em 2005
Autor: Daniela D'Ambrosio
Fonte: Valor Econômico, 09/09/2005, Empresas &, p. B6

Higiene pessoal Brasil foi o país que mais cresceu entre os dez maiores

Com uma taxa de crescimento anual acima de 15% nos últimos quatro anos, a indústria da beleza no Brasil mantém o ritmo acelerado. Projeção da Associação Brasileira da Indústria de Higiene, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec) indica alta de 17,4% para o setor, que deve encerrar 2005 com um faturamento de R$ 15,4 bilhões (preço fábrica sem impostos). Considerando-se os preços ao consumidor, esse valor chega a R$ 35 bilhões. O segmento de perfumaria deve fechar o ano com alta de 20% e o de cosméticos com 18,7%. Já o segmento de higiene pessoal deve ficar 16,2% acima de 2004. Os dados serão divulgados hoje na abertura da Cosmoprof Cosmética e Beauty Fair. Com um crescimento de 24,3% no ano passado, o mercado brasileiro foi o que apresentou o melhor desempenho entre os dez maiores do mundo. De acordo com pesquisa Euromonitor, divulgada pela Abihpec ao Valor, o país é o sexto maior do setor. "A expectativa é que a gente ganhe uma posição em 2005", afirma João Carlos Basílio da Silva, presidente da Abihpec. Os Estados Unidos, maior mercado mundial, cresceram apenas 0,5% no ano passado. O Japão, segundo colocado, registrou alta de 8,6%. Outro levantamento comprova o destaque do Brasil no cenário mundial. Estudo realizado pela Kline & Company com 16 países mostra o Brasil atrás apenas da Argentina em nível de crescimento. Apesar da vigorosa expansão dos dois países, a América Latina ainda representa o quarto mercado consumidor de cosméticos e artigo para toalete, atrás da líder Europa (36%), da Ásia (28%) e da América do Norte (22%). Ainda que em proporção menor que em 2004, a estimativa de ganhos da indústria da beleza deve-se aos altos índice de penetração, sobretudo da categoria de higiene pessoal. "O consumo de sabonete, fraldas, desodorante e xampu é muito alto nos lares", afirma Basílio. O uso de matéria-prima importada é outro fator importante. Além de produtos básicos, o brasileiro também incorporou na cesta de higiene e beleza produtos como protetor solar e enxaguatório bucal. "Houve uma forte conscientização e investimentos em mídia, o que levou a um boom de consumo desse tipo de produto", afirma Natália Borelli, consultora da Factor de Solução, filiado ao grupo Kline. De acordo com dados da Abihpec os produtos de higiene oral devem ter em 2005 a maior elevação dos últimos cinco anos, atingindo 14,1%. Apenas o enxaguatório bucal deve crescer 28% em 2005. Os protetores solares - que desde o ano passado passaram a ter isenção de IPI- tiveram um crescimento de 91,5% no ano passado em faturamento. A previsão para 2005 é de uma alta de 40%, segundo estimativa da Abihpec. O varejo é líder em vendas do setor, com 37% em 2004. O atacado foi responsável por 35% dos negócios, enquanto a venda direta responde por 24% e as franquias, por 4%.