Título: Berger leva PSDB à vitória em Florianópolis
Autor: Sérgio Bueno
Fonte: Valor Econômico, 01/11/2004, Política, p. A-09

O candidato Dário Berger (PSDB) venceu as eleições de Florianópolis com 58,47% dos votos, derrotando o adversário Francisco de Assis (PP), que ficou com 41,53%. Com a vitória de Berger, o PP deixa a prefeitura que comandou nos últimos oito anos. "Foi uma disputa acirrada e até dramática em alguns momentos. A transição e equipe ainda temos tempo para realizar e formar. Agora é hora de comemoração", disse Berger. Prefeito de São José por duas vezes, cidade a cerca de 10 quilômetros de Florianópolis, o tucano liderou as pesquisas de intenção de voto na capital durante toda a disputa. Na pesquisa Ibope dos dias 29 e 30, véspera da eleição, sua distância em relação ao oponente aumentou e chegou a 20 pontos. Ele aparecia com 60%, enquanto Assis tinha 40% das intenções de voto.

Essa foi a primeira vez que o PSDB concorreu com chapa própria às eleições da capital. A vitória deixou os tucanos à frente das cidades mais populosas de Santa Catarina: Florianópolis e Joinville. O novo prefeito não comentou ontem sobre nomes para suas secretarias. Ele deverá ter R$ 570 milhões para administrar em 2005, conforme orçamento enviado pela atual prefeitura para a Câmara de Vereadores de Florianópolis. Ex-PFL, Berger entrou para o PSDB depois que deixou o partido do senador Jorge Bornhausen. Um dos motivos foi o desentendimento na mais recente eleição para o senado, na qual Berger queria concorrer pelo PFL, mas teve outro nome do partido em seu lugar. Neste segundo turno, Berger teve o apoio de Sérgio Grando (PPS), terceiro colocado no primeiro turno com 17,4% dos votos, que a uma semana da votação pediu a seus eleitores que votassem no tucano. O governador Luiz Henrique da Silveira (PMDB) também fez aliança com o candidato. Silveira, que esteve viajando nos últimos dias, declarou para a imprensa o seu apoio. Comenta-se que a aliança de Silveira vem em contrapartida ao apoio do PSDB para as eleições estaduais em 2006, quando ele deve tentar reeleição. Neste segundo turno, a campanha de Berger ganhou tom mais agressivo. Mostrou em programas de TV os pontos fracos da administração atual como os problemas encontrados no transporte coletivo, com alta tarifa e integração deficiente, e denunciou o adversário Assis, que, segundo ele, teria mais de uma aposentadoria. Assis, secretário de Obras da atual administração Ângela Amin, vinculou sua imagem à da prefeita e a de seu marido, Esperidião Amin. Um dos pontos fracos do candidato foi ser um dos autores do atual sistema de transporte coletivo. Assis optou por um programa de denúncias. Acusou Berger de uso da máquina pública na campanha e pontuou a aquisição de empresas pela família Berger durante o período em que este foi prefeito de São José. Chegou a criar a SOS Florianópolis, uma associação de militantes de outros partidos que passaram a apoiá-lo.