Título: Com o apoio de Aécio, Tasso admite presidir PSDB
Autor: Ivana Moreira e Cristiane Agostine
Fonte: Valor Econômico, 13/09/2005, Política, p. A8

O senador tucano Tasso Jereissati (PSDB) admitiu ontem em Diamantina que pode vir a ser candidato à presidência do PSDB sob a condição de o partido conseguir "superar vaidades pessoais e se unir em torno de um projeto para o país". O senador tem o apoio do governador de Minas Gerais, Aécio Neves, para disputar o cargo. Em Diamantina, onde foi a convite de Aécio para a solenidade do 103º aniversário do presidente Juscelino Kubitschek, Tasso retribuiu o apoio: "O Aécio é citado como candidato no país inteiro, cabe a ele enxergar se é a oportunidade de ser ou não". Ele disse que é a farta lista de presidenciáveis do seu partido é uma vantagem e comprova que o partido tem diferentes quadros qualificados para comandar o país. Segundo ele, o modelo de candidaturas em torno de um "salvador da pátria" não funciona mais para o país. "O Lula é o último (deste modelo)." Aécio continua trabalhando nos bastidores para se firmar como o nome capaz de reunir em torno de si uma grande aliança partidária em 2006. A reunião de políticos em Diamantina foi mais uma demonstração pública da sua habilidade para dialogar com lideranças de diferentes partidos. Na noite de domingo, no centro de Diamantina, estavam representantes do PT, PFL, PMDB e PSDB, todos muito à vontade, sentados ao redor da mesa de Aécio. O grupo deixou a Pousada do Garimpo para assistir à tradicional Vesperata, que marca a festa na cidade natal de JK. Ladeado por membros da CPI dos Correios como os deputados José Eduardo Cardozo, Eduardo Paes e Antônio Carlos Magalhães Neto, cujos rostos ficaram conhecidos depois das transmissões ao vivo de depoimentos, o governador foi aplaudido com estusiasmo pela população local. Em São Paulo, o governador de Goiás, Marconi Perillo fez um discurso a empresários em defesa da necessidade de um 'gerente' para o país. Ao lado do prefeito da cidade, José Serra, o governador de Goiás criticou a política econômica por não aproveitar as boas condições oferecidas pelo cenário internacional e disse que o governo investe em uma "química explosiva", formada pela carga tributária elevada e taxa de juros "proibitiva". Em sua fala, o tucano acenou para as bandeiras do pré-candidato, Geraldo Alckmin, governador de São Paulo, mas evitou defender nomes à disputa presidencial. A deputada Zulaiê Cobra, presente ao evento, disse que Alckmin é o nome do partido e relatou conversa com Serra, na última sexta-feira, em que este teria afirmado que não sairá como candidato em 2006.