Título: Empresas têm planos para lançar três novos modelos
Autor: Paulo Braga
Fonte: Valor Econômico, 13/09/2005, Especial, p. A12

Três novos veículos que devem entrar no mercado entre o fim deste ano e o início do ano que vem são os principais projetos das montadoras argentinas. A direção da Peugeot-Citroën já confirmou que lançará um carro novo para cada uma de suas marcas e a Volkswagen também apresentará um produto novo. Por enquanto as empresas mantêm os detalhes dos projetos em segredo, mas se especula que os modelos da montadora de origem francesa serão o Peugeot 307 três volumes e o Citroën C4. Já o carro da Volks deve ser uma versão station-wagon (perua) do Fox. Com o aumento da oferta de veículos fabricados no país, a Adefa estima que no ano que vem o setor continuará em recuperação, embora com taxas mais moderadas do que as de 2005. "A tendência de crescimento vai continuar, seguramente não com as taxas do último ano, mas as vendas no mercado interno podem crescer entre 5% e 15%", disse Fernando Rodríguez Cañedo, diretor-executivo da entidade. A recuperação também está recebendo a ajuda do aumento das exportações ao Brasil, que nos oito primeiros meses de 2005 cresceram 39,4%, enquanto que a venda de automóveis brasileiros à Argentina teve uma expansão menor, de 34,1%. Na visão da Adefa, o menor ritmo de crescimento das exportações brasileiras não se deve ao câmbio, mas ao fato de que os consumidores argentinos estão comprando menos "populares" brasileiros e mais carros médios fabricados em seu país. Segundo Rodríguez Cañedo, apesar da melhora, na média as fábricas instaladas na Argentina ainda estão utilizando apenas 40% de sua capacidade instalada. "Embora estejamos satisfeitos, ainda estamos longe da situação de 1998", disse. O ano marcou o auge da indústria automobilística local, com um mercado de 455 mil unidades. Um dos fatores que vêm impedindo que o crescimento das vendas de automóveis no país seja maior é a escassez de crédito. Segundo um estudo feito pela consultoria Abeceb.com apenas 7,3% dos carros novos vendidos na Argentina são financiados, e outros 8,5% são adquiridos por um sistema similar ao do consórcio. A consultoria estima que a recuperação do crédito para a comercialização de veículos pode ajudar a sustentar o crescimento e a expansão da indústria local, facilitando a venda de veículos de preço mais elevado. (PB)