Título: Dilma diz que não desistiu de colocar 17 usinas em leilão, mas MME admite perda
Autor: Raquel Landim e Daniel Rittner
Fonte: Valor Econômico, 14/09/2005, Brasil, p. A4

Dois ministros minimizaram ontem os riscos de fracasso do leilão de energia nova que o governo deve realizar em meados de dezembro. O Valor divulgou segunda-feira levantamento que demonstra que, das 17 hidrelétricas que o governo pretende colocar em licitação, apenas 7 devem obter a licença ambiental necessária a tempo de participar do leilão. "Nós ainda não jogamos a toalha em nenhuma das 17 (usinas). Vamos brigar para que todas entrem no leilão", disse ontem a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Roussef, em São Paulo, durante entrevista coletiva no 2º Fórum de Economia, da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Dilma comandou o Ministério de Minas e Energia desde o início do governo, e assumiu a Casa Civil após a queda do ex-ministro José Dirceu, no dia 16 de junho. "Vamos fazer todas as gestões para que o maior número possível de hidrelétricas seja colocado em licitação no leilão de dezembro, porque é fundamental um leilão bem diversificado", garantiu Dilma, referindo-se à Casa Civil e aos ministérios de Minas e Energia e Meio Ambiente. Em palestra para os empresários presentes ao encontro, a ministra admitiu que algumas hidrelétricas talvez não consigam as licenças ambientais, mas serão "bem menos do que estão dizendo por aí". O ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau, disse ontem, em Brasília, que a expectativa do ministério é que cerca de 80% das 17 usinas hidrelétricas em fase de licenciamento ambiental estarão liberadas para participar da licitação. Rondeau negou a hipótese de desabastecimento a partir de 2010. "Risco de falta de energia, por conta de frustrações no leilão, não existe." Rondeau anunciou que o horário de verão 2005/2006 começará a vigorar à zero hora do dia 16 de outubro e durará até 19 de fevereiro. Dessa vez, terá 125 dias - 16 a mais que na versão anterior. Segundo o ministério, o país deixará de consumir 2.340 megawatts (MW) no horário de ponta, entre 19 horas e 22 horas - energia suficiente para abastecer ao mesmo tempo o Distrito Federal e as cidades de Porto Alegre e Vitória. Ao diminuir a demanda por energia, o horário de verão propicia a redução entre 4% e 5% do consumo, o que evita desligamentos eventuais em alguns pontos do país.