Título: Explicações sobre lei
Autor: Campos, Ana Maria
Fonte: Correio Braziliense, 23/04/2010, Cidades, p. 23

Leonardo Prudente passou a tarde de ontem dando explicações ao Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) a respeito de um episódio que nasceu a partir das revelações da Caixa de Pandora. O ex-distrital prestou depoimento a promotores de Justiça do Núcleo de Combate ao Crime Organizado (Ncoc) do MP sobre denúncias feitas pelo ex-senador Valmir Amaral, dono de empresas de ônibus no DF. No início de dezembro passado, auge da crise política na capital da República, Amaral fez graves acusações contra distritais já atingidos pela Operação Caixa de Pandora, que os apontava como parte de um esquema de corrupção envolvendo governo e empresas ligadas à administração pública. No dia em que Leonardo Prudente daria uma coletiva para explicar o vídeo em que aparece recebendo dinheiro do ex-secretário de Relações Institucionais Durval Barbosa e enfiando as notas nos bolsos da roupa e nas meias, o ex-senador roubou a cena. Valmir Amaral invadiu o local preparado para a coletiva de Prudente e acusou os deputados de cobrarem pela alteração da Lei do Passe Livre. ¿Foi R$ 1 milhão pra (sic) alterar a lei e mais R$ 600 mil pra derrubar o veto do governador. O governador ia vetar.¿ O projeto de Lei do Passe Livre Estudantil foi sugerido pelo governo em março do ano passado. Os distritais modificaram a proposta por meio de emendas. Em uma delas, pediram a extensão do benefício aos deficientes, item vetado pelo então governador, José Roberto Arruda. O veto foi derrubado pelos distritais da base aliada. O empresário Valmir Amaral chegou a citar os nomes dos deputados que teriam liderado a negociação em torno do Passe Livre. ¿Na época, o presidente do sindicato falou que era o presidente Leonardo Prudente, Eurides Brito e tem outros deputados. Quem deu? Tem que perguntar a quem deu. Eu não dei o dinheiro. A minha parte era R$ 170 mil e eu não dei.¿ Pouco mais de quatro meses depois das denúncias, o Ncoc chamou Prudente para uma audiência reservada. Participaram do depoimento os promotores Clayton da Silva Germano e Aurea Regina Ramim.