Título: Secretário descarta corte de IR
Autor: Arnaldo Galvão
Fonte: Valor Econômico, 16/09/2005, Brasil, p. A2

A área técnica do governo prefere a desoneração tributária de máquinas e equipamentos à redução do Imposto de Renda das pessoas físicas. A desoneração dos bens de capital, disse ontem o secretário-adjunto da Receita Federal, Ricardo Pinheiro, gera empregos e é, por essa razão, uma medida mais "interessante" para a sociedade do que a volta da alíquota máxima do IR para 25% - hoje é de 27,5%. Segundo Pinheiro, a diminuição do IR das pessoas físicas é uma hipótese remota e uma medida "elitista". O secretário informou que o governo está analisando inúmeras alternativas de desoneração. Uma delas diz respeito à redução ou eliminação do PIS e da Cofins, incidentes sobre a fabricação de máquinas e equipamentos. O governo se comprometeu a cortar R$ 1,53 bilhão da carga tributária em 2006. Pinheiro disse que alterar a tabela do IR e reduzir a alíquota máxima do IR de 27,5% para 25% custaria R$ 2,9 bilhões para a arrecadação. Esse montante seria suficiente, segundo ele, para zerar as alíquotas de PIS/Cofins incidentes sobre bens de capital. "Mexer dessa maneira no IR é muito mais para o ego do contribuinte porque a diferença do imposto pago é pequena. Durmo mais tranqüilo se o país puder gerar mais empregos", disse ele.