Título: Operadoras miram assinante doméstico
Autor: Heloisa Magalhães
Fonte: Valor Econômico, 19/09/2005, Empresas &, p. B3
A analista de sistemas paranaense Sônia Ibrahim está morando em Munique, na Alemanha. Ela fala pelo telefone com a família em Curitiba pagando tarifa como se a linha fosse da sua cidade natal. Antes, Sônia morava nos Estados Unidos. Quando contratou um telefone igual ao atual para conversar com os parentes no Brasil a conta mensal caiu de US$ 50 para R$ 30. A GVT é a fornecedora do serviço. Oferece a possibilidade do cliente ter números locais da região de São Paulo, Rio e Janeiro, Belo Horizonte, Brasília, Goiânia, Florianópolis, Curitiba e Porto Alegre, mesmo estando fora dessas áreas. É possível falar para 146 cidades brasileiras como se fosse uma chamada local. Este mês, a GVT cortou o preço do serviço pela metade - passou para R$ 15, incluindo franquia de 100 minutos. Mas, para usar o serviço, o cliente precisa de um conversor de VoIP para ser conectado ao telefone comum (ATA), com porta para banda larga e duas de voz ou um roteador. A GVT define o tipo de equipamento a partir da necessidade do usuário. Os parceiros da GVT no serviço são a Linksys e a Cisco, diz o vice-presidente para o mercado VoIP, Rodrigo Dienstmann. Entre as teles, as mais adiantadas no lançamento de telefonia VoIP para o assinante doméstico são a Brasil Telecom e a Telemar. A idéia delas é oferecer o serviço no último trimestre do ano. Procurada, a Telemar não quis falar dos planos, mas o diretor de marketing da Brasil Telecom, Ricardo Couto, explica que na operadora está tudo pronto: "O serviço vem sendo testado por funcionários desde maio. Estamos apenas avaliando o momento de mercado para torná-lo disponível. A proposta é atrelar o serviço à nossa estratégia de banda larga." A Telefônica, por sua vez, que como as demais teles já opera serviços de VoIP no mercado corporativo, informa que está atenta à qualidade. A empresa pretende entrar nesse nicho no início de 2006. Segundo a operadora, a regulamentação ainda está confusa - a empresa questiona, por exemplo, se uma concessionária poderá oferecer telefone usando o prefixo de uma cidade se o aparelho for instalado em outra diferente. A empresa avalia que o atrativo do VoIP é o preço, por isso está focada na oferta de soluções em que o assinante pague menos. Um dos projetos, a ser lançado ainda em 2005, é um plano em que o assinante pagará por minutos de uso ao invés de pulsos, acarretando economia. (HM)